quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Gratidão, uma arma poderosa



"E um dos leprosos, vendo que estava curado, voltou glorificando a Deus em alta voz; e caiu aos pés de Jesus, com o rosto em terra, dando-lhe graças; e este era samaritano". (Lucas 17:15-16)


Numa das muitas ocasiões em que se encontrava diante de uma multidão, Jesus surpreendeu o público com palavras muito diferentes. A platéia que o procurava pelos mais diversos motivos (uns por causa dos milagres, outros por causa dos pães que multiplicou em duas ocasiões, e outros honestamente interessados na Palavra da Salvação), naquele dia, não ouviu palavras falando diretamente sobre o amor do Pai, mas sim um discurso emocionado sobre João Batista, um outro pregador que, tanto quanto ele, juntava multidões para falar do amor de Deus. Batista havia sido assassinado por ordem de Herodes Tetrarca, a pedido de Herodíades, a cunhada com quem mantinha um relacionamento ilícito que o profeta João Batista denunciava publicamente. Ou seja, falar bem de um profeta que havia sido decapitado por ordem do rei, certamente, era motivo para arranjar muitos problemas. Por que Jesus correu esse risco?
João Batista havia sido precursor do ministério de Jesus, e de certa maneira, foi como uma espécie de mestre, de professor, para Jesus. Ao batizar o jovem galileu no Jordão, Batista não apenas cumpriu um mandamento das Escrituras, como o admitiu solenemente no seu próprio grupo de discípulos. Mais tarde, Jesus viria a reunir seu próprio grupo de seguidores, e Batista, conhecendo os propósitos de Deus, disse: "agora convém que ele cresça e eu diminua".
Alguns anos depois, Batista foi morto por não renegar sua fé e denunciar publicamente o pecado do rei. Jesus, ao saber disso, fez uma pregação emocionada sobre João Batista, proclamando-o como "o maior profeta nascido de mulher", algo surpreendente para ouvintes que conheciam a história de Moisés, Elias, Eliseu e outros profetas da Bíblia. Mais do que defender sua fé, Jesus mostrou sua eterna gratidão a alguém que o tinha precedido, que havia sido um mestre e um amigo. É triste perceber que, nos dias de hoje, raríssimas pessoas seguem o exemplo de Jesus. Ele, que era Filho de Deus, não se sentiu diminuído por expressar gratidão a um ser humano corajoso. Que diferente do noticiário da política e do mundo dos negócios, onde todos os dias vemos alguém praguejando a "herança maldita" de alguém que o antecedeu, ou prometendo "reinventar a roda", sem a mínima consideração pelo que foi feito antes dele.
Jesus valorizava muito a gratidão. No conhecido episódio da cura de dez leprosos, Jesus não deixou de se surpreender pelo fato de apenas um deles, que nem mesmo era judeu, ter voltado para lhe agradecer. É pela nossa capacidade de expressarmos gratidão que podemos medir nosso caráter. Quanto mais gratos soubermos ser, melhor caráter teremos, e mais parecidos seremos com Jesus.
Que Deus te abençoe abundantemente.

sábado, 13 de dezembro de 2008

Pacificar ou apaziguar?


"Bem aventurados os pacificadores, porque deles é o Reino dos Céus" (Mateus 5)

Quase todo cristão, mesmo aqueles que diz não ter tempo pra ler a Bíblia, conhece algumas passagens do conhecido "sermão da montanha", a pregação que Jesus proferiu ao pé do monte das oliveiras, perante uma multidão sedenta e necessitada de paz. Foi para este povo que Jesus proferiu, na seqüência poética conhecida como "Bem-aventuranças", o quanto Deus se agrada de homens pacificadores. Homens e mulheres, que isso fique bem claro.
Para o leitor moderno, essa expressão pode não querer dizer muita coisa. Mas, no contexto em que Jesus pregou aquela mensagem, falar de paz era uma verdadeira ousadia. Jesus viveu e exerceu seu ministério na Judéia colonizada pelos romanos. Os sacerdotes do templo eram indicados pelo governo de Roma, e mantinham uma relação corrupta e vassala com o poder. Enquanto isso, a fé popular se dividia em um sem-número de seitas que proclamavam as mais diversas reações à situação de humilhação e miséria. Os essênios sublimavam a revolta rejeitando o mundo, e se retirando para comunidades isoladas. Os fariseus defendiam um retorno à Torá (Velho Testamento) e denunciavam a corrupção dos sacerdotes que ministravam no Templo. Os zelotes, que eram os mais radicais, defendiam a libertação pela luta armada. De todos os que se apresentavam para conduzir o povo, Jesus ousou ser a voz dissonante, e propor a solução da Paz. Falar desta maneira, em um ambiente tão tenso quanto um barril de pólvora, era se colocar na linha de fogo.
A mensagem de Jesus deixava claro que são felizes e bem-aventurados os pacificadores. E esta expressão me traz à mente o fato de que há uma clara distinção entre pacificadores, que são raros, e apaziguadores, que são bem mais fáceis de se encontrar. O "apaziguador", diante de uma situação de conflito, sabe apenas colocar panos quentes, fingir que está tudo bem, ignorar o problema. O verdadeiro pacificador, pelo contrário, não tem medo de enfrentar um problema, mas sempre o encara com o propósito de resolver, e não de "apagar incêndio com mais gasolina", como se diz por aí.
Vale lembrar que pacificar, significa muito mais do que simplesmente administrar conflitos, seja no lar, no trabalho ou em qualquer outra circunstância. A raiz da palavra vem do hebraico "Shalom", que significa, numa expressão mais abrangente, "satisfação plena de todas as necessidades". Ou seja, a Paz de que Jesus fala é muito mais do que simples ausência de conflitos. É a certeza de que, ainda no meio da angústia, podemos contar com um Deus que é digno de todo o crédito. Não quer dizer que não venhamos a ter que enfrentar situações duras e difíceis. Antes, pelo contrário, significa que Deus nos dota de uma capacidade diferenciada, especial, para ter paz em qualquer situação. Porque sabemos em quem podemos confiar.
Creia nisso, e seja um pacificador em todos momentos!
Deus te abençoe abundantemente.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Aprendendo a Ser Firmes...


Uma das faces do Monte Sião, onde foi construída Jerusalém


"Os que confiam no Senhor são como os montes de Sião, que não se abalam, mas permanecem para sempre". (Salmo 125;1)

Os recentes desastres que vitimaram milhares de pessoas com inundações, enchentes e soterramento de cidades inteiras no Estado de Santa Catarina, me trouxeram à lembrança o trecho final do discurso de Jesus no Monte das Oliveiras, conforme registrado em Mateus 7, a partir do versículo 24. Ali, Jesus fala aos seus discípulos que o homem que põe em prática seus ensinamentos é como o homem prudente que construiu sua casa sobre a Rocha. Conseqüentemente, o homem que ouve os ensinamentos de Jesus e não os pratica é como um homem que edificou a casa sobre a areia. "E vieram as chuvas, e os ventos, e deram com ímpeto contra aquela casa, e ela caiu, e foi grande a sua ruína".
No caso de Santa Catarina, a leniência do poder público tolerou, durante anos, que as pessoas construíssem suas casas em terrenos que não eram firmes. Com seis meses de chuvas acima da média, calotas de terra e lodo foram se acumulando no topo dos morros, e quando uma chuva mais forte veio, estas montanhas cederam, e levaram consigo casas, esperanças e sonhos. E isto nos lembra que, nos últimos tempos, muitas pessoas tem construído suas vidas sobre a areia, colocado o alicerce de seus sonhos em bases que não são confiáveis. Seja aquele que colocou toda a sua esperança de ser feliz em um namoro frustrado, ou no êxtase causado por uma droga qualquer, ou ainda o homem sonhador que colocou todas as suas economias nas mãos de um sócio inconfiável. Construíram suas casas sobre a areia.
Jesus, no entanto, nos aconselha a colocar nossos alicerces sobre a Rocha, ou seja, a Palavra de Deus, os princípios e orientações ditados pelo Senhor, sem os quais não podemos ter vitória. Aliás, Ele próprio seguia este princípio, pois esta mensagem de Jesus tinha seu alicerce em um texto da Palavra que Ele conhecia muito bem: o Salmo de Davi, que ensina: "Os que confiam no Senhor são como os Montes de Sião, que não se abalam, mas permanecem para sempre. O Monte Sião é a colina em cima da qual foi construída a cidade de Jerusalém, uma rocha que tem atravessado milênios. Pena que os morros de Santa Catarina não são assim.
E nós, seguimos este preceito bíblico? Somos como o Monte Sião, que não se abala? Ou será que basta apenas uma dificuldade na caminhada para nos "abalarmos" de novo, e por qualquer detalhe ameaçamos deixar a comunhão dos irmãos, a família, o relacionamento com Cristo?
Não estou sugerindo aqui que o cristão deve ter "sangue-de-barata" e ficar impassível diante de crises e dificuldades. Pelo contrário, o próprio Jesus, horas antes de sofrer a agonia do Calvário, disse aos seus amigos: "A minha alma está profundamente triste até a morte. Ficai aqui e vigiai comigo". A verdadeira Fé não se confunde com o otimismo de araque que faz a fortuna de palestrantes motivacionais ao redor do mundo. Fé, significa que mesmo sabendo a dimensão de uma dificuldade, posso confiar em um Deus que é digno de todo crédito, e que dará a vitória no final do combate.
Essa promessa é para mim e para você. Permaneça inabalável como o Monte Sião, e suas bênçãos serão grandiosas.
Deus te abençoe abundantemente.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

"Eis que venho sem demora..."


inundação em Joinville. Mais de cem mortos em toda Santa Catarina.

Os três evangelhos sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas), que segundo os historiadores se basearam em uma mesma fonte ancestral de contar as histórias de pai para filho (quem é descendente de árabe ou judeu sabe bem o que é isso), nos trazem registros bastante similares sobre um sermão de Jesus Cristo dirigido aos apóstolos, onde os responde como distinguir os dias em que ocorreria o fim dos dias, ou a Nova Criação, como traduz, de forma bastante correta, a tradição judaica. Em todos os três textos, há um mesmo discurso, com pequenas alterações, onde Jesus fala de uma época que ele chama de “princípio das dores”, em que os cristãos deveriam estar vigilantes para o seu retorno. No versículo 7 de Marcos 24, Jesus diz: “Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares”. O texto de Lucas 21, quase idêntico, assim afirma: “E haverá em vários lugares grandes terremotos, e fomes e pestilências; haverá também coisas espantosas, e grandes sinais do céu”.
Falar sobre este assunto no contexto de uma sociedade cética e laicista é visto quase como um absurdo medieval. No entanto, mesmo os mais céticos poderão perceber que algo está errado, especialmente depois da terrível tragédia que se abateu sobre o Estado vizinho de Santa Catarina no último dia 24 de novembro, que fez cerca de cem mortos. Isso, segundo os cálculos mais recentes da Defesa Civil, que a cada hora divulga novos números. Milhares de desabrigados, cidades ilhadas pela força das chuvas que destruíram encostas, mudaram o curso dos rios e destruíram a vida de centenas de lares catarinenses. Nesta hora tão difícil, o coração do generoso povo brasileiro se manifesta, repartindo da própria dificuldade para enviar, em mutirões, toneladas e toneladas de mantimentos para os desabrigados. No entanto, mesmo um fato desta natureza, que mobiliza a solidariedade de centenas de pessoas em todo o país, merece uma análise. “O que está acontecendo?”. Quando as ferramentas da ciência fracassam, ousamos abordar o assunto através do olhar da ciência teológica, dentro de uma perspectiva puramente bíblica.
Nos últimos anos, uma profusão de acontecimentos catastróficos tem marcado a humanidade, aparentemente sem qualquer conexão entre si. Desde o atentado às Torres Gêmeas, em 11 de setembro de 2001, o mundo mudou, e para pior. O egoísmo como modelo de ação passou a ser um discurso dominante, e o desaparecimento da compaixão do universo das relações sociais nos dá a certeza de estarmos vivendo na época que Deus anunciou ao profeta Daniel: “o amor se esfriará de quase todos, muitos correrão de uma parte para outra, e o saber se multiplicará”. Que época da humanidade se encaixa melhor nesta definição, senão este tempo em que a velocidade da banda larga nos imprime um distanciamento cada vez mais frio nos relacionamentos íntimos?
Catástrofes naturais e guerras sempre existiram, dirá o cético. Mas até mesmo os geólogos confirmam que apenas nos últimos 50 anos a humanidade conheceu mais terremotos e inundações do que em todos os milênios que nos antecederam. Quase ninguém lembra mais da tsunami que castigou a Indonésia em 2004, mas muitos ainda lembram do tremor que sentiram ao perceber que Jesus havia falado de algo parecido nesta mesma prédica: “E haverá sinais no sol e na lua e nas estrelas; e na terra angústia das nações, em perplexidade pelo bramido do mar e das ondas (Lucas 21:25)”.
Desde os tempos de Cristo, nunca a intervenção de Deus na História humana foi tão clara, e paradoxalmente, nunca a humanidade esteve tão alheia a este fenômeno. Deus está preparando a humanidade para se confrontar com suas escolhas, e inevitavelmente teremos de fazer as nossas. Aquele que escolher entregar sua vida aos parâmetros de Cristo, ditados na sua Palavra, certamente fará a diferença. O apelo de Cristo ecoa claramente nas ondas do tempo: “Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa (Apocalipse 3:11)”.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Ser como Criança...


“Eu, porém, vos digo que aquele que não tiver coração como o de uma criança, de forma alguma verá o Reino de Deus”.

Uma das coisas mais fascinantes do ministério de Jesus é que ele nunca se cansava de desafiar o pensamento endurecido de sua época. Suas observações subvertiam a lógica, sua maneira de falar revelava um pensador ousado, e sua sinceridade era desconcertante para os ouvidos cauterizados dos “sábios” do seu tempo. Não por acaso, parecia que os pescadores, as prostitutas, a gente simples do povo, conseguia compreender mais as palavras do Mestre Nazareno do que os enfatuados escribas e fariseus, para os quais Jesus parecia simplesmente incompreensível. Também pudera: o saber meramente livresco e teorético dos parushim tinha produzido corações empedernidos, impenetráveis à fascinante pedagogia do Mestre da Galiléia.
Uma passagem que ajuda a entender como Jesus parecia desconcertante para os poderosos de seu tempo ocorre justamente em Jerusalém, a Cidade Santa, terra do Sinédrio, do stablishment religioso que observava bem de perto os movimentos daquele pregador inusitado. Entrando na Cidade Santa, Jesus é recebido como um rei, aos brados de “Hosana, Filho de Davi!”. Jesus estava no auge da popularidade, e pregava a chegada do Reino de Deus. Naquele instante, os apóstolos, que acompanhavam Jesus há cerca de três anos sem compreendê-lo direito, passaram a imaginar que o tal “reino de Deus” pudesse significar uma tomada de poder, uma revolta popular com Jesus à frente, libertando Israel do domínio romano. E claro, se Jesus seria o rei, eles seriam os ministros,..
Bem, você deve imaginar a coisa toda. Disputas sutis pela preferência do Mestre, provocações, e tentativas de “puxadas de tapete” entre os apóstolos. A mãe de dois deles, chegou ao cúmulo de pedir que, na chegada do Reino (hoje talvez se dissesse na “distribuição dos cargos”) Jesus colocasse seus dois filhos próximos dele, um à direita e outro à esquerda.
É nesta hora em que parecia que a harmonia dos apóstolos estava prestes a explodir que Jesus entra em cena com sua genialidade pedagógica. Coloca uma criança na frente deles e afirma que somente quem tivesse o coração de uma criança poderia entrar no Reino. E ainda acrescenta: “Quem quiser ser o maior, precisa ser servo de todos”. Fico a imaginar a reviravolta na cabeça dos apóstolos, com as palavras daquele Mestre que não se cansava de subverter a lógica daqueles dias... quer dizer, também dos nossos dias.
A sociedade está baseada no princípio de que quem quiser ser maior precisa mostrar força, poder e autoridade. Nas empresas, nas instituições acadêmicas, na política, e (tristemente) até mesmo na Igreja, muitas vezes quem triunfa é quem mostra superioridade, quem abusa do poder, quem fala mais grosso. Ou seja: quem parecer mais “adulto”, leva.
Quão diferente isso é do verdadeiro Cristianismo, que nos estimula a sermos como crianças. Por que Deus coloca esta ênfase tão séria em um ensinamento que vai contra toda a lógica das coisas, contra o próprio desejo natural do ser humano? Diversos fatores merecem ser analisados.
1º - Uma criança não questiona o que o Pai diz. Todos nós já fomos crianças um dia. quando temos por volta de uns três ou quatro anos, pensamos: “Papai é grande, sabe tudo”. Lá pelos catorze, já estamos negando esse pensamento e dizemos: “Meu pai não sabe nada. Está quadrado, careta, definitivamente”. Ao longo da vida, quando nossos pais já não estão mais conosco, é que nos lembramos quanta falta eles fazem. Ser “criança” no âmbito espiritual, é confiar plenamente no amor de Deus, e somente segurar na sua mão.
2ª – Uma criança tem todo o amor do Pai. Quando uma criança diz, do fundo do seu coração, “Pai, eu te amo”, não existe pai no mundo que não se derreta. Não há vínculo emotivo mais forte do que o de um pai ou uma mãe em relação a seu filho. Pessoalmente, não desfruto deste privilégio ainda, mas Deus sabe o quanto espero pelo dia em que vou olhar pra uma criança frágil e indefesa em meu colo e amá-la como nunca amarei outra criança qualquer, simplesmente porque ele será meu filho. Quando somos crianças, temos o amor do Pai em nós.
3º - Uma criança não mente. Se uma criança gostar de você, considere-se feliz: você conta com uma manifestação sincera de carinho. Quantas vezes nós, ‘adultos’ espirituais, dizemos coisas como “Te amo, Jesus”, ou “abro mão de tudo por ti”, e continuamos egoístas, mesquinhos, mentirosos e falsos?
4º - Uma criança não guarda mágoas. Quando você menos espera, eles estão brigando. Até apartar é difícil. Cinco minutos depois, estão brincando de novo como se nada tivesse acontecido. E quanto a você, que até hoje guarda ressentimento por causa daquela palavra proferida há tantos anos? Como ser criança diante de Deus carregando tristeza e infortúnio?
5º - Uma criança quer crescer. Por mais que vivam no melhor tempo de sua vida, todas as crianças que conheço anseiam pela hora de poder usar roupa de adulto, dormir até um pouco mais tarde, dirigir...um cristão verdadeiro não fica parado. É possível evoluir sem deixar de ser, no coração, uma criança capaz de agradar a Deus.
Deixe Deus cuidar de você como quem cuida de uma criança. E tudo será absolutamente diferente.
Deus te abençoe abundantemente.

sábado, 11 de outubro de 2008

Deus ainda está no controle



"Deus meu, Deus meu, por quê me desamparaste?" (Sal 22:1).

O versículo bíblico que abre este artigo é muito conhecido da maioria dos cristãos, mesmo aqueles que tem suas bíblias empoeiradas dentro da estante. Trata-se da frase que Jesus pronunciou na cruz do Calvário, após horas e horas de intenso sofrimento. No entanto, apesar de terem passado para a história - e até para o cinema - nos lábios do personagem mais sublime da História, estas palavras de desalento e abandono, que ainda martelam na consciência da humanidade dois mil anos depois, não são de autoria de Cristo. No sofrimento da cruz, Cristo recorria às palavras da Torá Sagrada, evocando o primeiro versículo do Salmo 22, de autoria de Davi ben Yessed, o rei Davi.
A história de Davi nos ensina muito a respeito da condição humana, e de como Deus ainda está no controle, mesmo quando nossos sonhos e projetos mais importantes fracassam. Davi não era mais do que um simples pastor de ovelhas, filho rejeitado dentro da própria casa, quando um dia um profeta chamado Samuel abençoou sua vida, dizendo que um dia ele seria Rei de Israel. Naquele instante, nascia um sonho muito alto para o coração de um jovem pastor, que apenas sabia cuidar de ovelhar e louvar a Deus com harmonias que retirava de sua harpa e sua alma poética.
Não demorou muito para Davi sentir que Deus estava cuidando de tudo para que seu sonho se tornasse realidade. Por derrotar um gigante de quase três metros de altura, recebeu isenção de impostos e a promessa de casar com a filha do rei. Por sua habilidade de tocar harpa e aquietar o coração atormentado do Rei Saul com sua música, ganhou aposento próprio no Palácio. Algum tempo depois casou com Mical, filha do rei, e o coração entusiasmado de Davi pensava: "Está tudo confirmado...um dia, por ser esposo da princesa, assumo o trono e viro Rei de Israel".
Tudo ia bem, até o dia em que, sem mais nem menos, Davi perdeu tudo. Foi expulso do palácio como um cachorro e caçado por todos os cantos de Israel. O jovem pastor, de príncipe passou a fugitivo, morando em cavernas. Com certeza, foi neste período que compôs o salmo que, um dia, estaria nos lábios de Jesus: "Deus meu, por quê me desamparaste?".
Esta pergunta lhe parece familiar? Algum dia você se sentiu sem rumo, desnorteado, depois de um duro golpe, como Davi, e como ele se questionou onde foi parar o amor de Deus por você? Se isso um dia aconteceu, é importante que saiba: nem Davi nem Jesus, que pronunciaram esta oração, foram abandonados. Com o sofrimento, Davi acabou sendo treinado para, como Rei de Israel, se tornar o guerreiro que garantiu a expansão e tranquilidade do povo israelita, e Jesus, bem, você sabe: pagou, com a morte, o preço por nossos pecados e ressuscitou. Sofrer nunca é agradável, mas entenda que seu sofrimento de agora é um estágio, um treinamento para saber lidar com as vitórias que ainda virão. E isso não é apenas palavreado psicológico. Pouco importa o que você esteja vivendo agora. Deus ainda é Deus, e ele ainda está no controle.
Deus te abençoe abundantemente.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

A Importância dos Lábios Prudentes



“O que guarda a sua boca conserva a sua alma, mas o que abre muito os seus lábios se destrói. (Provérbios 13:3)”.

Ter sucesso em todos os projetos é o principal anseio de todo e qualquer ser humano. No entanto, apenas algumas pessoas conseguem alcançá-lo. Mesmo pessoas crentes em Deus, e que se dizem fiéis à sua Palavra, tem uma séria dificuldade de conquistar suas metas, enquanto outros, que às vezes nem mesmo tem uma vida de devoção, conseguem prosperar. Por que isso acontece?
Em primeiro lugar, a Palavra de Deus é para todos os seres humanos, crentes ou não. Ela apresenta princípios seguros para uma vida vitoriosa, hoje e também no porvir. Portanto, quando qualquer pessoa pratica um princípio contido na Bíblia Sagrada, mesmo sem tê-la lido uma única vez, receberá a bênção correspondente àquele princípio. Se, por outro lado, mesmo se dizendo crente, a pessoa não aplica os princípios da Palavra de Deus em sua vida, estará fadada a ser um cristão frustrado.
Um dos princípios mais profundos que a Bíblia ensina para se ter vitória, é ter vigilância e moderação com o uso das palavras. Infelizmente, muitos cristãos precisam ainda aprender muito no que tange a este respeito.
Você conhece alguma pessoa que fala tudo o que lhe vem à boca? Seja a maior tolice ou a maior grosseria do mundo, a pessoa não consegue se segurar. Parece que o caminho entre a boca e o cérebro é mais curto nestas pessoas. Este tipo de postura atrai mágoas e contendas desnecessárias que impedem o crescimento espiritual.
A Bíblia classifica esta atitude como “pecado de leviandade (Efésios 5:4)”. Há inclusive pessoas que se orgulham de incorrer neste erro, por achar que isto lhes torna mais sinceras que as outras. Certamente você já ouviu alguém dizer algo como “me desculpe, mas eu sou muito franco”...e em seguida, despejar uma grosseria contra alguém. Por que será que tais pessoas não são igualmente francas para falar algo de bom, sempre invocando sua franqueza como escudo para suas grosserias?
Quando alguém, no meio de uma conversa, me pergunta: “Posso ser franco?”, eu sempre respondo que não. Assustada, a pessoa pergunta: “por quê?”, e eu costumo dizer: “porque achei que já estivesse sendo franco desde o início da conversa”. Normalmente, quem pede licença para ser franco, está querendo apenas ser estúpido. Bem diferente é o conselho que a Bíblia nos dá, ensinando a falar no tempo certo, para abençoar, restaurar e construir, não para destruir vidas ou reputações. Salomão ensina que há “tempo de estar calado e tempo de falar (Eclesiastes 3:7)”. Quando Deus quis purificar Isaías, mandou um anjo colocar uma brasa de fogo em seus lábios. “Se alguém não tropeça em palavras, é perfeito varão, apto a governar todo o corpo (Tiago 3.2)”.
Deus te abençoe abundantemente.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

E você, sabe perdoar?



“Ao Senhor pertence a misericórdia e o perdão”. Daniel 9:9

Quando um filho de carpinteiro chamado Jesus de Nazaré surgiu no cenário das areias da Palestina pregando o Evangelho, rapidamente as pessoas perceberam que a mensagem do jovem pregador era diferente de todos os outros que, antes e depois dele, apareceram naquele conturbado território. Havia uma frase que o Messias Prometido repetia sem cessar, e que fazia brilhar os olhos das platéias que o ouviam na beira da praia ou nas montanhas: “Arrependei-vos”.
O convite de Jesus, em outras palavras, sugeria aos ouvintes: “mudem de vida”. E ao lançar esta mensagem, também semeava uma esperança. Ouvidos acostumados a mensagens que falavam de um Deus rigoroso, vingador, pronto para punir com a Espada quem ousasse desafiar sua Santidade, ao ouvir as palavras de Jesus, foram apresentados a um Deus de Misericórdia. Rigoroso, sim, mas que está pronto a receber em seus braços aqueles que, sinceramente, mudam o curso de suas vidas. Através de Jesus, as pessoas passaram a experimentar a esperança de um Deus que não os rejeitaria pelos seus muitos pecados, se eles de fato se voltassem para Ele. Esta esperança reavivava a mensagem esquecida de antigos profetas bíblicos: “Tornai-vos para mim, diz o Senhor dos Exércitos, e eu me tornarei para vós, diz o Senhor dos Exércitos (Zacarias 1:3)”. “Vinde então, e argüi-me, diz o Senhor: ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã (Isaías 1:18)”.
No entanto, será que nós somos como este Deus? Será que sabemos perdoar da mesma forma como Ele é capaz de esquecer nossa natureza pecaminosa? Alguns nem sequer admitem a noção de pecado, quanto mais de arrependimento. Pecado, segundo a Bíblia, é tudo aquilo que não provém da fé. Gosto da ilustração de um antigo pregador, que diz que o homem em pecado é como uma maçã bichada: por fora, nada se perde do seu brilho, nem mesmo da sua cor. A podridão só existe por dentro, e é ali que um verme corrói as entranhas da alma, pois o pecado possui, em si mesmo, uma punição inata: a sensação de tristeza profunda por desobedecer a vontade de Deus para nós, que é infinitamente superior á vontade humana.
Se não sabemos perdoar, dificilmente podemos requerer o favor de Deus. Jesus foi bastante claro na oração do Pai Nosso: “Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores (Mateus 6:12)”. Ou seja, o perdão de Deus está condicionado à nossa própria capacidade de perdoar. Se guardarmos rancor, Deus não ouvirá nem mesmo nossas orações.
Tenho visto pessoas que sofrem anos a fio por causa de uma mágoa contra alguém, e que mesmo sabendo seu erro, recusam-se a dar o braço a torcer. Alguns até mesmo dizem: “Não consigo ainda sentir o desejo de perdoar”. Ao longo de minha ainda jovem caminhada cristã, tenho aprendido que o perdão não é um sentimento, e sim uma atitude, uma decisão. Você tem que decidir perdoar, e o resto Deus realiza.
Perdoe e peça perdão. Quantas vezes for necessário. Assim estará agindo verdadeiramente como alguém criado à “imagem e semelhança de Deus (Gênesis 1:26)”.
Deus te abençoe rica e abundantemente.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Conhecendo a Fé que liberta



“E uma mulher, que tinha um fluxo de sangue, havia doze anos, e gastara com os médicos todos os seus haveres, e por nenhum pudera ser curada, chegando por detrás de Jesus, tocou na orla do seu vestido, e logo estancou o fluxo do seu sangue” (Lucas 8:43-44)

De todos os relatos surpreendentes dos Evangelhos, onde são narrados e documentados os feitos maravilhosos de Jesus Cristo na Terra, a passagem da Mulher do Fluxo de Sangue é um dos que me parece mais impressionantes. Não somente pela descrição do maravilhoso milagre, mas principalmente pelas lições morais que podemos extrair de todo o contexto.
Para quem nunca tenha ouvido falar, vale a pena fazer um breve relato. Jesus estava ensinando seus discípulos quando um tzadik, ou seja, um respeitável rabino de uma sinagoga ortodoxa, caiu de joelhos diante de Jesus pedindo que fosse até sua casa curar a sua filha. Jesus, que até aquele momento era o alvo predileto das prédicas dos fariseus, poderia ter cedido ao tipo de tentação que, vez por outra, acomete a qualquer ser humano quando um inimigo vem pedir ajuda. Se fosse qualquer um de nós, talvez dissesse não. Mas Jesus não olhava para as mesquinharias e contendas humanas. Nos olhos do fariseu, Jesus viu um pedido de socorro, e foi em direção à sua casa.
É no caminho que surge esta estranha personagem, a mulher do fluxo de sangue. Tratava-se de um estranho caso de hemorragia contínua, que acometeu a vida daquela mulher durante doze anos. A Bíblia não entra nesses pormenores, mas certamente essa mulher sofria de uma anemia profunda e de uma fraqueza endêmica, que a impedia de realizar muitas atividades consideradas normais. Na verdade, tratava-se de uma mulher excluída da sociedade em todos os aspectos, pois nem mesmo podia entrar no Templo. A Lei de Moisés dizia claramente que uma mulher, no período que durasse seu “fluxo de sangue”, era considerada “imunda”, ou seja, cerimonialmente impura. Nem a medicina nem a religião oficial podiam ser de qualquer ajuda para ela.
No entanto, quando ouviu dizer que Jesus passava por ali, a Bíblia relata que ela pensou: “Se eu puder tão-somente tocar em suas vestes, certamente serei curada” (Mt 9:21). O texto diz, de forma breve, que ela se aproximou de Jesus e tocou suas vestes, e ficou sã. Mas há algo mais nesta situação, algo que nos traz um poderoso ensinamento.
Pense na fraqueza de uma mulher, doze anos sangrando ininterruptamente. Ela sabia que não podia segurar em Jesus. Provavelmente não pudesse nem mesmo andar. Não é exagero imaginar que ela foi se arrastando, por debaixo da multidão curiosa que cercava Jesus, correndo o risco de até mesmo ser pisoteada, mas sem desistir um só instante ela fez o máximo que podia: tocar na orla de suas vestes. Os sábios judeus daquele tempo tinham o costume de usar franjas azuis na borda de seus vestidos, chamados tsitsit, que continham versículos bíblicos. Simbolicamente, ela tocou na Palavra de Deus, que era o próprio Jesus, a Palavra Viva, o Verbo Encarnado.
Quantos anos você espera por uma mudança em sua vida? Talvez você esteja enfrentando um grave problema há duas semanas, dois meses, cinco anos... aquela mulher, mesmo com todas as limitações que lhe eram impostas, teve fé. Mais do que isso, ela entendeu que a fé não é um processo passivo, de esperar sentado para que as bênçãos caiam do céu. Ela não ficou parada em casa esperando que Jesus fosse lhe curar, muito embora Jesus pudesse ter feito isso. Antes, ela preferiu ir atrás, correr riscos. E por isso conquistou sua vitória.
Você também deseja ser abençoado? Tenha fé! Arrisque-se. E Deus vai te abençoar plenamente.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

O Terrível Ato de Maldizer


“Amas todas as palavras devoradoras, ó língua fraudulenta!” (Salmo 52;4)

Você já ouviu uma fofoca? Quem sabe, ao longo de sua vida, você mesmo já tenha pronunciado algum comentário de fonte não muito confiável a respeito de alguém, na base do “ouvi dizer”... Não, você não está sozinho nisso. Na verdade, nos dias atuais, em tempos de Internet e de informação na velocidade da luz, não são apenas as notícias e informações úteis que correm velozes. A fofoca também. Um dos exemplos desta nova “cultura da fofoca” da sociedade moderna é a profusão de programas de TV cujo principal assunto são os boatos, “quentes” ou “frios”, sobre a vida dos famosos ou nem tão famosos assim. Algumas “celebridades”, cientes de que esta é uma forma de estar na mídia, até mesmo incentivam, “plantam” informações maldosas sobre si mesmos, num ciclo vicioso e doentio.
No entanto, há quem ache um grande divertimento comentar da vida alheia. Estranhamente, quase nunca se comenta algo de bom, porque o tipo de comentário que “rende” é a observação injuriosa, e muitas vezes, mentirosa. A tradição judaica, dos primeiros intérpretes da Bíblia, equipara a fofoca ao assassinato, pois em ambos os casos está presente aquilo que a Bíblia chama de “derramamento de sangue inocente”. Na verdade, a Bíblia considera a fofoca pior do que o assassinato, porque a vítima ainda está viva para sofrer a injúria. Em outras palavras, a fofoca é uma espécie de assassinato da honra. O fofoqueiro é alguém que, segundo o Salmo 52, “ama todas as palavras destruidoras”. Mais acima, o mesmo texto diz: “A tua língua intenta o mal, como uma navalha afiada, tramando enganos (v.2)”.
O célebre psicólogo Carl Gustav Jung, contemporâneo de Freud, ensinava que o fofoqueiro é alguém que não conseguiu satisfazer sua vida e auto-estima pelos meios normais, e precisa da maledicência para se compensar. Em outras palavras, o fofoqueiro é um doente, que muitas vezes não avalia as dimensões do mal que gera.
Deus dá muito valor àquilo que falamos. Tanto assim é que a oração é o meio que Ele instituiu para adquirirmos o Seu favor. Se proferirmos bênçãos, seremos abençoados; se, no entanto, proferimos maldições, seremos abençoados. O rei Salomão, sabiamente, ensina: “A morte e a vida estão no poder da língua; e aquele que a ama comerá do seu fruto” (Provérbios 18:21). Jesus, de forma ainda mais radical, repudia os lábios cheios de comentários maldosos com um argumento incontestável: “A boca fala daquilo que o coração está cheio!” (Mateus 12:34).
Portanto, vigiemos nossos lábios e nosso coração todos os dias, para que nossa boca pronuncie somente palavras abençoadoras: um elogio, uma gentileza, um hino de louvor a Deus...e se você é do tipo inteligente e sagaz, contenha sua ironia. Tente fazer da sua notável inteligência uma forma de ajudar os outros, não de destruí-los. O Salmo 15 diz que só entrará no Santuário de Deus (ou seja, no coração de Deus) quem “não difama com sua língua e não faz mal a seu próximo”.
Deus livre você das línguas fraudulentas... e, principalmente, livre-o de ser uma delas!
O Senhor Jesus te abençoe abundantemente.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Mexa-se!



“Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei” (Gen 12:1).

Abraão é, de fato, um dos personagens mais impressionantes não somente da Bíblia Sagrada, mas de toda a história da civilização humana. Conta a Bíblia que, depois de ouvir a voz de Deus, Abraão saiu de sua terra, em Ur da Caldéia, por volta de uns 4500 anos antes de Cristo, e sem saber direito para onde ia, iniciou uma peregrinação rumo à Terra de Canaã, que séculos mais tarde, foi dada por herança divina a seus descendentes, os hebreus. Abraão é saudado não somente como pai de uma linhagem com séculos e séculos de tradição, mas por sua capacidade de seguir ao chamado de Deus mesmo sem entender muito bem o que estava acontecendo, ele é justamente reconhecido como “O Pai da Fé”.
Um judeu, não importa se for asquenazita, sefardita, ortodoxo, conservador, hassídico ou liberal, sempre reconhecerá Abraão como o grande Pai da Fé. Um cristão, seja ele católico, protestante, evangélico, pentecostal ou batista, sabe também que Abraão é o Pai da Fé. Um muçulmano, seja ele xiita, sunita, dervixe ou de qualquer outro ramo maometano, também lembra-se de Abraão (ou Ibrahim, segundo a pronúncia árabe) como o Pai da Fé. A ousadia espiritual de um homem que decidiu “se mexer”, tornou-o pai não somente de uma linhagem física, mas também o pioneiro da fé em um único Deus. Todas as crenças monoteístas, separadas entre si por tão grandes controvérsias, reconhecem uma herança comum na figura de Abraão.
Penso que Abraão foi assim tão grandioso porque ele entendeu a verdadeira essência da fé em Deus. Antes de entendermos o que é a Fé, precisamos entender o que ela não é. E, embora essa afirmação possa chocar muitas pessoas, a verdade é que a fé não é, de forma alguma, um processo passivo. Crer em Deus é muito mais do que uma simples compreensão intelectual da existência de um ser superior, muito mais do que admitir mentalmente que um Deus existe. A verdadeira fé é um processo ativo, ou seja, uma disposição que nos faz assumir, em todas as atitudes que tomamos na vida, uma dimensão de encorajamento espiritual.
Abraão não fazia a menor idéia de onde deveria ir. A voz de Deus lhe disse apenas: “Sai da tua Terra e vai para o lugar que te mostrarei”. Mais ou menos como quem diz: “Sai daí, que depois eu te digo o que fazer”. E, mesmo sem nunca ter ouvido antes a voz daquele Deus que de repente lhe dava aquela ordem, ele foi. Numa era em que todos desejam respostas claras e objetivas para todos os desafios, Abraão certamente seria chamado de louco. E, de fato, muitos homens de fé, antes e depois dele, foram chamados assim.
Deus fez um convite a Abraão: “mexa-se”. O mesmo convite Ele nos faz hoje. As coisas estão difíceis, sem perspectiva? Ou todos os desafios foram alcançados, e não há mais sonhos pra sonhar? Mexa-se! Deus não nos quer acomodados. Deus nos quer no campo de batalha, criando, motivando, agindo, trabalhando. Isto sim, é agir com verdadeira Fé: não deixar nunca de fazer a sua parte, crendo que Deus é poderoso para fazer também a dEle.
Martinho Lutero, o Grande Reformador, deixou um importante legado nesta afirmação: “Não conheço muito bem o caminho pelo qual estou sendo guiado, mas conheço muito bem o meu Guia”. Está indeciso? Não tem ainda uma idéia clara de onde isso tudo vai dar? Creia em Deus. Ele está no controle, e não deixará que você seja abatido. Apenas continue.

Deus te abençoe.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Entendendo a vontade de Deus


Óleo sobre tela, "Sara entrega Hagar a Abraão", de Adriaen van der Werff.

“Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte”. (Proverbios 14:12)

O versículo que abre este texto é um dos poucos, em toda a Bíblia, que se repete. O mesmo texto, com poucas alterações, pode ser lido mais adiante no próprio livro de Provérbios, 16:25, e isto certamente não é obra do acaso. Se o rei Salomão, autor tanto do livro de Provérbios quanto de Eclesiastes, fez questão de repetir esta advertência, com certeza se trata de algo que merece nossa atenção. O rei a quem o Antigo Testamento trata, reverentemente, como o mais sábio e mais rico que já existiu, nos ensina uma verdade que, se fosse apreendida, nos evitaria muitos dissabores ao longo da nossa existência: a dura e forte verdade de que, muitas vezes, aquilo que parece absolutamente certo e correto para nossa vida pode não apenas fugir aos padrões de Deus, como se tornar uma séria ameaça para nossa vida.
Quantas e quantas vezes, ao longo de sua vida, você mesmo já não se deparou com uma escolha que parecia tão coerente, tão racional, e que acabou sendo uma séria ameaça? Por não buscar a direção de Deus em oração, quantos de nós, muitas vezes, tomamos gestos precipitados que nos conduzem a uma situação de derrota, ou pior ainda, de vergonha?
A Bíblia menciona a história de um homem que, apesar de ter grande intimidade com Deus, um dia cometeu uma grande mancada. Abraão ficava entristecido com o desejo de Sara de ter um filho e não receber essa benção, por causa de seu ventre estéril. Deus havia prometido que ela engravidaria mesmo na velhice, mas desde então, anos já haviam se passado. Então, Sara pensou em uma solução que parecia muito prática: porque não dar à Abraão sua escrava, Hagar, para que ela engravidasse e assim ela finalmente tivesse um filho? Afinal de contas, a escrava era sua propriedade, e então o filho que ela gerasse também seria. Abraão, achando a idéia coerente, concordou, demonstrando, com sua decisão, que ele próprio não confiava muito na promessa de Deus.
Hagar engravidou? Sim. Mas a que custo... Não só o filho de Hagar, Ismael, pai dos povos árabes, se tornaria um inimigo do filho da promessa, Israel, dando origem a um conflito de mais de quatro mil anos que perdura até hoje, como o próprio Abraão teve graves conseqüências: por catorze anos, Deus não mais falou com Abraão.
Depois de sofrer muito tempo de sequidão espiritual desesperadora, finalmente Abraão ouviu a voz de Deus, que deu o remédio para toda aquela tristeza: “Abraão, anda na minha presença, e serás perfeito! (Gênesis 17:1)”. Ou seja, o remédio para evitar gestos que podem causar um profundo desastre em nossas vidas, ainda é o mesmo: andar na presença de Deus. E seremos perfeitos! E o mais maravilhoso ainda é saber que, perfeição, na ótica de Deus, não significa ausência de falhas, mas sim coragem em corrigir os rumos que não dão certo.
Se volte para Deus, e Ele certamente te conduzirá pelo caminho correto.
Deus te abençoe.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Um Lar para Deus em Nós


Bem-aventurados os que habitam em tua casa; louvar-te-ão continuamente. (Sal 84:4).

O Salmo 84 da Bíblia Sagrada, escrito, como quase todos, pelo Rei Davi, é uma notável declaração de amor à Casa do Senhor. Com raríssima leveza poética, o salmista proclama como seria maravilhoso ter o privilégio de morar perpetuamente na Casa do Senhor. Coerentemente, o mesmo autor declara, no quarto versículo do Salmo 27: “Uma coisa pedi ao Senhor, e a buscarei: que possa morar na casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a formosura do Senhor, e inquirir no seu templo”.
Davi, o autor da maioria dos salmos da Bíblia Sagrada, bem que desejaria ter sido um levita. Nota-se, pelos textos mencionados, como ele gostaria de ter tido o privilégio que, em seu tempo, era designado somente aos descendentes diretos da tribo de Levi, ou seja, realizar todos os ofícios inerentes ao serviço no Tabernáculo do Senhor, construído segundo as orientações recebidas por Moisés. O tabernáculo, vale dizer, era uma tenda feita segundo especificações detalhadamente relatadas no livro de Levítico, instruídas diretamente por Deus a Moisés. Na antiga aliança, somente os filhos da tribo de Levi podiam exercer funções sacerdotais, e tinham, portanto, o privilégio de estar na presença de Deus perpetuamente. É a este privilégio que se refere Davi, que praticamente não esconde seu desejo de também poder estar diante de Deus todos os dias. Isto fica mais evidente ainda na abertura do Salmo 84: “Quão amáveis são os teus tabernáculos, Senhor dos Exércitos! A minha alma está desejosa, e desfalece pelos átrios do Senhor; o meu coração e a minha carne clamam pelo Deus vivo”.
Davi tinha outras prerrogativas a exercer, como rei, que o impediam de estar o tempo todo no Tabernáculo, muito embora a Bíblia registre que, sempre que podia, Davi fazia questão de estar adorando a Deus. Consciente da necessidade de termos Deus em nossa vida, Davi liderou com alegria a caravana que trouxe de volta para Jerusalém a Arca da Aliança, símbolo da presença de Deus. O desejo de agradar a Deus era tamanho que, um dia, se deu conta que uma equação estava invertida: ele, rei de Israel, ser humano mortal, habitava em um palácio, enquanto a arca, símbolo da presença de Deus, era guardada em uma tenda. Foi quando resolveu construir uma casa, um templo para o Senhor. Assim, Davi encontrou a solução para o seu desejo incontido de estar na presença de Deus de forma mais contínua, pois embora não chegasse a realizar o sonho de ver a casa construída, empenhou-se grandemente neste projeto.
O advento de Jesus Cristo modificou o foco da adoração a Deus. Na Nova Aliança, o templo em que Deus deseja habitar é nosso próprio coração. Jesus, o Verbo Encarnado, é o testemunho vivo de um Deus que quer ter seu lar dentro de nossa vida, no nosso interior, mais do que em templos feitos por mãos humanas. O templo, ainda hoje, tem seu lugar insubstituível na adoração, mas o lugar onde Deus deseja verdadeiramente habitar, nos dias de hoje, é nosso coração. Para atrair a presença de Deus, construa você mesmo um templo dentro de você.
Que Deus te abençoe grandemente.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Nos Montes ou nos Vales?


"Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; endireitai no ermo vereda a nosso Deus. Todo o vale será exaltado, e todo o monte e todo o outeiro será abatido; e o que é torcido se endireitará, e o que é áspero se aplainará. E a glória do Senhor se manifestará, e toda a carne juntamente a verá, pois a boca do Senhor o disse". (Isaías 40:3-5)

Lendo esta passagem dos escritos do Profeta Isaías, vemos uma clara referência ao caráter do ministério do Messias de Israel, Jesus Cristo, que só nasceria setecentos anos depois. Foi preciso, da parte de Isaías, muita coragem e ousadia para proclamar uma promessa de Deus, que só se cumpriria muito tempo depois de sua morte. O testemunho de fé dado por Isaías precisa servir de exemplo nos dias de hoje, em que as pessoas querem receber as bênçãos prometidas por Deus hoje, agora, imediatamente. Nossa sociedade apressada gosta de soluções "fast-food", mas o relógio de Deus não é cronometrado segundo nossos padrões humanos. Por mais que nos custe esperar por uma vitória, precisamos entender que a providência de Deus sempre chega na hora certa.
Neste trecho de seu grande livro, o profeta Isaías fala que "todo vale será exaltado, e todo monte será abalado". Diz ainda que tudo que é torcido se endireitará, indicando que os terrenos acidentados serão nivelados. À primeira vista, parece que o texto nos fala de uma manifestação tão impactante de Deus no futuro, que a própria geografia que conhecemos será modificada. Creio, de todo coração, que é bem possível que seja assim nos últimos dias, quando Jesus retornar, mas também entendo que esta Palavra nos traz um segredo espiritual para a nossa vida. Aliás, foi minha esposa, Patrícia Torres, quem me chamou a atenção para este aspecto do texto.
O profeta declara que a Glória de Deus tem o poder de "exaltar vales". Com muita referência, a Bíblia se refere usa a palavra "vale" como figura de linguagem para se referir aos momentos de tristeza profunda, angústia ou depressão. Seguramente, quando temos a Glória de Deus dentro de nosso coração, encontramos uma força que nos faz emergir da mais profunda dor. Davi sabia muito bem do que estava falando quando cantou, no Salmo 23: "Ainda que eu atravesse o vale escuro da sombra da morte, não temerei mal algum, porque Tu estás comigo; o Teu bordão e o Teu cajado me consolam". Isaías também diz que Deus "abate os montes". Os montes representam os lugares altos da nossa consciência, onde costumam nascer a vaidade, o orgulho, a soberba. Quando a pessoa começa a olhar os outros de cima, já não consegue elevar a cabeça e olhar para Jesus, e por isso mesmo, muitas vezes Deus permite circunstâncias de derrota para que a pessoa se lembre que não é melhor do que ninguém, e que como todos, precisa da força de Deus em sua vida.
Um Deus como esse, que é capaz de endireitar tudo aquilo que esteja desnivelado em nossa vida, restituindo nossa dignidade e nos concedendo vida em abundância, é certamente alguém digno de toda a confiança. Confie todos os seus projetos e sonhos a Deus, e tudo com certeza será diferente.
Deus te abençoe.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Treinados para Vencer...



"Pesca Milagrosa", óleo sobre tela de Rafaello Sanzio, o célebre renascentista

E Jesus, andando junto ao mar da Galiléia, viu a dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, os quais lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores;E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens” (Mateus 4:18-19)

Uma das marcas mais impressionantes da trajetória pessoal de Jesus é sua atuação como educador. Através dos relatos da Bíblia Sagrada, vemos um verdadeiro mestre se movendo pelas areias da Galiléia, que educava não somente com palavras, mas principalmente através de experiências. É o que o Evangelho de Mateus nos informa, quando Jesus passa por uma pequena vila litorânea, e vê quatro pescadores se preparando para lançar redes ao mar, como tantas e tantas vezes certamente fizeram ao longo de suas vidas. No entanto, aquela pescaria, feita num dia como outro qualquer, seria diferente de todas. Além de pescarem uma quantidade tão grande de peixes que os deixou vivamente impressionados, eles seguiram o conselho de um desconhecido, que os motivou com um convite muito além de sua perspectiva: ser “pescadores de homens”.
É bom que se diga que as pessoas a quem Jesus se dirigiu nunca tinham sido outra coisa na vida. Viviam numa vila de pescadores, os pais eram pescadores, os avós tinham sido pescadores, os filhos provavelmente teriam a mesma profissão. Eles viviam sem qualquer perspectiva de mudança, sem sonhos ou projetos... apenas viviam. Até o dia em que um filho de carpinteiro passou por aquele lugar e os convidou a lançar seus olhos além da sua própria condição.
Lendo a Bíblia de maneira reflexiva, eu entendo que este momento foi o princípio do treinamento a que Jesus submeteu seus doze apóstolos. Todos eles eram gente simples, alguns analfabetos, que nunca tiveram acesso ao conhecimento da Palavra de Deus, que os fariseus daquele tempo guardavam como um segredo hermético, como se Deus quisesse dirigir sua vontade apenas a uma casta de iluminados. Ao contrário, Jesus trabalhou com aqueles doze homens como quem lapidava em pedra bruta, endurecida por anos de ignorância, preconceitos, visão diminuta da realidade. No tempo recorde de três anos, Jesus precisou ensinar aqueles homens embrutecidos a pensar, transformando-os no grupo de doutrinadores mais influente da história da humanidade. Nem a mais moderna faculdade dos dias atuais conseguiu até hoje reproduzir este feito.
Tudo isso porque Jesus acreditava, como acredita ainda hoje, no potencial interior de cada um de nós. Com a pesca milagrosa, foi dado início a um treinamento que os capacitou para vencer, para receber de Deus todas as bênçãos que, antes, não compreenderiam. Ainda nos dias de hoje, Jesus continua instruindo e educando todos os que desejam aprender d’Ele, transformando pessoas frustradas em seres humanos vitoriosos.
Quer ser treinado para vencer? Convide este “professor” para fazer parte de sua vida, e tudo será muito diferente.
Deus te abençoe.

sábado, 10 de maio de 2008

Quer vitória? Se prepare para batalhar!



“E eis que uma mulher que havia já doze anos padecia de um fluxo de sangue, chegando por detrás dele, tocou a orla de sua roupa; Porque dizia consigo: Se eu tão-somente tocar a sua roupa, ficarei sã. E Jesus, voltando-se, e vendo-a, disse: Tem ânimo, filha, a tua fé te salvou. E imediatamente a mulher ficou sã.” (Mateus 9:20-22)

Sonhar, querer realizar grandes projetos, construir uma trajetória de felicidade, é algo que é inerente a todo ser humano. No entanto, enquanto alguns conquistam seus objetivos e constroem um futuro de sucesso, muitos passam pela vida apenas sonhando com um projeto, e se lamentando por não conseguir realizá-lo. Normalmente, estas pessoas desenvolvem uma grande frustração, e na tentativa de racionalizar a situação de fracasso em que se encontram, precisam encontrar um culpado. ‘Se estou assim, a culpa é da minha família, ou de um amigo, ou de um inimigo, ou do governo’... se a energia que algumas pessoas gastam para encontrar culpados fosse investida em realmente trabalhar pela realização de seu sonho, o mundo teria muito menos pessoas frustradas e desacreditadas do seu próprio potencial.
No entanto, ficar parado se lamentando não é uma receita que costume funcionar. O inimitável escritor renascentista inglês Willian Shakespeare, que teve boa parte de sua erudição como influência da tradução bíblica de seu contemporâneo Willian Tyndale, registrou em um dos mais belos textos do mundo: “Não importa em quantos pedaços seu coração fique partido, o mundo não pára pra que você o conserte”. O segredo para conquistar vitórias não está em uma postura de auto-piedade, mas sim em tomar atitudes motivadas por uma fé verdadeiramente ativa em Deus.
Pare um momento para imaginar a cena. Jesus cruzando as ruas de Cafarnaum, a cidade onde tinha a base de seu ministério. Centenas de curiosos o acompanham, como sempre acontece quando alguém importante visita uma cidade pequena. A turba de gente passa pela casa de uma mulher que sofria de hemorragia há doze anos, e que tinha gasto muito dinheiro na mão de médicos que não a puderam curar. Ouvindo falar a respeito daquele homem que tinha curado muitas pessoas por onde passava, aquela mulher, cujo nome a Bíblia não informa, tomou a decisão de ir atrás de Jesus, dizendo para si mesma: “se eu apenas conseguir tocar suas vestes, sei que serei curada”. Se para pessoas de perfeita saúde já é difícil passar por uma multidão para falar com alguém, imagine para uma mulher enfraquecida por doze anos de hemorragia.
Mesmo impedida de caminhar pela fraqueza, ela não desanimou. Foi até Jesus se arrastando, passando por baixo dos pés de uma multidão de gente. Ela não tinha forças nem mesmo para segurar o manto de Jesus, mas conseguiu tocar nele, e recebeu a cura, o seu sonho, a vitória que tanto buscava, porque não desanimou. Se ao invés de se arriscar, aquela mulher tivesse ficado em casa esperando que Jesus passasse por ali, talvez nada tivesse acontecido. Se queremos vitórias, devemos estar dispostos a lutar por elas.
Em um dos trechos mais maravilhosos do Evangelho, Jesus ensina: “Não se turbe o vosso coração, creia em Deus, creia também em mim” (João 14:1). No original hebraico, “creia” significa “se arrisque”. Crer em Jesus não é um processo passivo. Ele espera de nós atitudes transformadoras, pois são elas que revelam em nós uma fé capaz de atrair sobre nossas vidas o favor de Deus, e nos trazer a vitória. Mas vá em frente, não se deixe levar pelo desânimo. Se você confiar, Deus estará com você.

O Valor de um Amigo


“Em todo o tempo ama o amigo e para a hora da angústia nasce o irmão” (Provérbios 17.17).

Uma das maiores bênçãos que Deus pode conceder para a nossa vida é o profundo valor da amizade. Não há ser humano que possa ter uma vida de qualidade ou uma saúde mental perfeita sem o convívio fraterno com amigos verdadeiros. Mesmo aquelas pessoas que buscam se refugiar da realidade em mosteiros, como ainda é costume em tradições religiosas mais antigas, acabarão desfrutando da companhia de outros, que fatalmente se tornarão seus amigos.
A Bíblia nos conta a história da bonita amizade entre Davi e Jônatas. Davi era genro do rei Saul, e Jônatas filho do rei. Os dois desenvolveram uma profunda amizade, e quando o coração de Saul se voltou contra Davi a ponto de querer mata-lo, o jovem pastor de ovelhas acabou contando com a proteção do filho do rei. Quando Jônatas e Saul morreram em combate contra os filisteus, Davi proclamou: “Angustiado estou por ti, meu irmão Jônatas; quão amabilíssimo me eras! Mais maravilhoso me era o teu amor do que o amor das mulheres (2Sm 1.26)”. Esta frase pode chocar alguém que não tenha jamais sentido um laço de verdadeira amizade com alguém, mas quem já teve um amigo verdadeiro sabe o quanto Davi tem razão. A paixão é um sentimento que pode às vezes ser cruel e ditatorial; a amizade, no entanto, aceita, compreende, motiva, impulsiona, sem exigir nada. Um amor entre um casal, por exemplo, é sempre mais bem sucedido quanto maior for a amizade, o companheirismo, entre os dois.
Lendo a Bíblia Sagrada, compreendemos que uma das motivações para a qual o ser humano foi criado foi o desejo de Deus em ter um amigo. Deus sempre buscou no coração do homem o sentimento da amizade, este conceito tão difuso que o nosso Dicionário Aurélio define como “Sentimento fiel de afeição, simpatia, estima ou ternura”. Todos os grandes patriarcas da Bíblia, como Abraão, Isaque, Jacó, Moisés e os profetas, foram homens com quem Deus quis ter um relacionamento diferenciado. A tal ponto Deus levou esta questão a sério que quis dividir com estes homens tudo o que fazia, e até pedia opiniões. Um Deus onipotente pedindo a um mortal, sugestões sobre o que deveria fazer? Deus fez isso com Abraão, quando pensava em destruir Sodoma e Gomorra. Deus confiava tanto em Abraão que queria que ele fizesse parte de todas as coisas que tencionava fazer.
O maior testemunho do amor de Deus para com a humanidade foi Jesus, nosso Salvador. Um de seus nomes também era Emanuel, ou seja, “Deus conosco”. Através de Jesus, Deus compartilhou com a humanidade seu desejo de ser visto não mais como um rei indiferente, distante em seu trono majestático, sempre pronto a castigar os faltosos, mas antes de tudo como um Deus amoroso, que sempre desejou estar perto de seus filhos, com sentimento de verdadeira amizade. Jesus levou isso a sério. Todos os estudiosos dos Evangelhos concordam que Pedro, Tiago e João eram amigos especiais para Jesus, dentre os doze apóstolos. Quando sabia que era chegada sua hora, Jesus confessou que ele os considerava como amigos: “Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos. Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando. Já vos não chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer.”
Jesus quer ser seu amigo. Não aquele amigo-da-onça, que só está com você nas horas boas, mas amigo fiel, aquele amigo da hora ruim, da hora em que ninguém dá um centavo furado por você. Ele está apenas esperando o seu convite. Aceite este amigo hoje mesmo.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Um dia qualquer...o dia da sua virada!


Na correria da nossa vida pós-moderna, é muito fácil que a rotina tome conta de nossas vidas, e os dias se sucedam exatamente iguais, um após o outro. Do trabalho para casa, de casa para o trabalho, e até mesmo nos fins de semana fazer o mesmo de sempre, fingindo que está se divertindo. Muitas pessoas, diante do frenético e quase inevitável corre-corre destes dias nervosos, deixam de acreditar que algo especial possa acontecer em suas vidas.
Em casos mais drásticos, este vazio de perspectivas pode gerar problemas sérios. Conheço, infelizmente, muitos relatos de jovens que começaram a se viciar em drogas pesadas pelo desejo de experimentar algo que fosse novo e interessante. Muitos deles até sabiam dos danos futuros, mas quiseram correr o risco para que algo interessante acontecesse em suas vidas, ao menos uma vez.
Como lidar com a sensação real de apatia acachapante que assola dezenas de famílias todos os dias? A Bíblia, felizmente, nos apresenta um sem-número de exemplos de pessoas que, num dia que tinha tudo para ser outro dia qualquer, sentiram fortemente a presença de Deus, e mudaram suas vidas.
Depois de 40 anos vivendo de forma nababesca na corte de Faraó, Moisés mata um egípcio que castigava fisicamente um escravo judeu. Maneira errada de mudar sua vida, pois depois daquela ocasião, teve de viver como fugitivo em Manre. Quarenta anos depois, Moisés estava fazendo o que sempre fazia, num dia qualquer, pastoreando os rebanhos do sogro, olhando pro mesmo pasto, cuidando das mesmas ovelhas. Mas foi justamente naquele dia, um dia como outro qualquer, que ele viu a sarça ardente que não se consumia, e ali falou pela primeira vez com Deus. Este dia mudou para sempre sua história.
Gideão, vivendo em uma Israel colonizada pelos midianitas, estava como noutro dia qualquer de sua vida, trabalhando. E foi nesta ocasião que o Anjo do Senhor lhe apareceu, entregando-lhe a missão de livrar Israel da opressão. O pequeno Davi, num dia como outro qualquer, cuidava das ovelhas de seu pai em pleno campo. Mas naquele dia, ele foi chamado em casa e um profeta que estava na sala, com seu pai, o ungiu Rei de Israel.
Quatro pescadores na praia da Galiléia, como em um dia qualquer de suas vidas, lavavam suas redes depois de uma pescaria frustrante. Naquela mesma praia onde pescavam todos os dias, encontraram um filho de carpinteiro que os convidou a se tornar “pescadores de homens”. Aquele dia mudou para sempre a história de suas vidas. Estes homens estavam atentos e souberam reconhecer quando Deus quis lhes chamar a atenção. Talvez hoje seja para você um dia como outro qualquer. Pode ser que ao ouvir uma canção, ao ler este texto, ao prestar atenção em um e-mail, Deus queira chamar a atenção.
Fique atento! Hoje pode ser o dia que vai mudar sua vida! Se você abrir seu coração para Jesus, com certeza este dia será muito, muito diferente.
Deus te abençoe.

sábado, 29 de março de 2008

Ditadura do Relativismo: O Triste Exemplo Europeu


O Parlamento da Holanda, um dos países-membros da União Européia, numa votação que chamou a atenção de toda a mídia mundial, aprovou, em fevereiro de 2008, uma nova lei que permite a qualquer cidadão, a prática de sexo no ambiente das praças.
Em dezembro de 2007, o pastor inglês Stephen Green foi detido pela polícia britânica por ter distribuído folhetos evangelísticos em uma praça londrina. Os textos “subversivos” distribuídos por Green diziam: “Jesus Cristo é o único Salvador de todos os nossos pecados”. A distribuição de folhetos evangelísticos é proibida também na França, Holanda, Suécia e diversos outros países do bloco. Na Suécia, o pastor Ake Green foi preso ao distribuir folhetos evangelísticos durante uma passeata gay. A mídia sueca fez forte pressão contra o pregador, acusando-o de ferir os direitos humanos. Na Suécia, um pastor pode ser preso simplesmente por abrir a Bíblia em Romanos 1.26-27, texto onde o apóstolo Paul repudia a prática do homossexualismo. No mesmo ano, a Câmara Municipal de Norfolk, na Inglaterra, recusou-se a aprovar os estatutos da Casa Barnabé, que abriga jovens desamparados em Kingslynn, apenas porque o texto possuía a palavra “cristão”.
O que estas decisões tão díspares entre si querem nos revelar? A Europa, berço de Enrich Zwingli, John Huss, Martinho Lutero, Jean Calvine, John Milton e muitos outros, hoje permite até mesmo atos sexuais nas praças, mas proíbe que as igrejas pratiquem evangelismo e exerçam sua liberdade de expressão nestes mesmos locais. Isto demonstra que o politically correct, pensamento predominante na cultura européia dos dias atuais, apesar do discurso de tolerância, respeito aos direitos humanos, respeito à diversidade e outras bandeiras, possui uma prática que demonstra que estes valores não valem para os cristãos. Comportamentos que outrora eram considerados repugnantes pelo ensino da Bíblia Sagrada, foram sendo tolerados com o passar dos anos e hoje se tornaram uma verdadeira imposição. Grupos defensores deste tipo de pensamento falsamente pluralista, já não se preocupam mais em conquistar seus direitos, mas querem impor seu comportamento como uma regra para toda a sociedade civil.
As praças, desde os tempos da antiga democracia grega, sempre foram locais de exercício pleno da convivência comunitária, da discussão de idéias. O magistral poeta brasileiro Castro Alves proclamava que “a praça é do povo, como o céu é do condor”. No entanto, o moderno pensamento liberal, aprovando esta nova permissão para a prática do sexo nas praças holandesas, rouba o espaço público para a prática de um ato privado, querendo impor um triunfo simbólico do individualismo egocêntrico e anticristão sobre os valores familiares da cristandade. O célebre escritor Alan Broom aborda justamente a ótica míope do relativismo em sua obra “O Declínio da Cultura Ocidental (São Paulo, Best Seller, 1989).
A Holanda que hoje aprova o sexo livre nas praças e o uso indiscriminado de drogas em qualquer lugar público, somente experimentou o crescimento de uma consciência social quando seus valores eram inspirados nas Sagradas Escrituras, como nos tempos do renomado teólogo Abraham Kuyper (foto), feroz defensor da ortodoxia bíblica contra o racionalismo cristão e a teologia liberal, que assimilou valores do humanismo ateu. Fundador da Universidade Livre de Amsterdã, o pastor Abraham Kuyper foi deputado pelo Partido Anti-Revolucionário, autor de um código de defesa dos direitos dos trabalhadores, o qual baseou em Tiago 5.1-11. Foi primeiro-ministro da Holanda de 1900 a 1905, ampliando o direito ao voto e criando a primeira legislação trabalhista do país. Outro exemplo notável foi o deputado inglês Willian Wilberforce, pregador protestante, que depois de apresentar por nove vezes o mesmo projeto aprovado somente em 1807, fez com que a Inglaterra fosse o primeiro país do mundo a abolir a escravidão. Os valores cristãos, que historicamente sempre estiveram na vanguarda dos direitos dos homens e mulheres, agora são banidos da vida européia em nome de uma falsa consciência universal, que prega pluralismo e liberdade para todos os indivíduos... menos para os cristãos.

terça-feira, 25 de março de 2008

A Nova Aliança profetizada na Antiga


Os seguidores do judaísmo ortodoxo contemporâneo, profundamente hostis ao cristianismo de uma forma geral e à pessoa de Jesus em particular, não se cansam de repetir que a Nova Aliança é uma farsa, alegando que Deus não muda e que seu pacto com Moisés é imutável, e que portanto, não haveria necessidade de uma Nova Aliança.

Ocorre que o próprio pacto de Moisés estabelece condições para a sua permanência. Se a apostasia prevalecesse, Deus deixa claras as sanções graves e firmes que viriam como decorrência da desobediência. Deuteronômio (Devarim) 28:15-69 esclarece bem as penalidades para tais casos.

Além do mais, a Nova Aliança não é uma invenção cristã. Está profetizada na própria Tanakh há muitos anos, como se vê claramente em Jeremias (Yirmiáhu) 31:30-32. Aqui, vamos usar a tradução da Bíblia Hebraica conforme Jairo Fidlin e David Gorozovitz, considerada como "judaicamente correta":

"Aproximam-se os dias - diz o Eterno - quando estabelecerei um novo pacto com a Casa de Israel e com a Casa de Judá. Não será como o que estabeleci com seus pais, no dia em que os tomei pela mão para retirá-los do Egito, pois violaram Minha aliança, embora eu fosse seu Deus - diz o Eterno. Pois este é o Pacto que farei com a Casa de Israel após aqueles dias - diz o Eterno: farei com que internalizem a minha Torá em todo o seu ser e a gravarei em seu coração; serei seu Deus e eles serão meu povo"Ora, prestemos atenção ao que diz o texto.

O profeta fala de uma Nova Aliança que congregaria as casas divididas de Israel e Judá. Do ponto de vista literal, tal reconciliação não é mais possível, uma vez que a Casa de Israel foi inteiramente dispersa no cativeiro, e os judeus que hoje existem são remanescentes da Casa de Judá.

Ora, mas se a Bíblia profetiza isso, estaria ela incorreta? De modo algum. Aqui, a expressão "Casa de Israel" é uma alusão simbólica aos que viriam a ocupar aquele mesmo território, como os gentios de Shomrom (Samaria). Neste sentido, a "Casa de Israel" do texto simboliza o tempo dos gentios - ou seja, a Igreja.

O texto fala ainda de quais seriam as características desta Nova Aliança, que seria um período em que a Torah seria internalizada no coração dos homens. Trata-se, portanto, de uma aliança que não se baseia em exigências ritualísticas ou exteriorizadas, como a Aliança de Moshé, que preconiza 613 mitsvot (prescrições).

É exatamente isto o que a Bíblia cristã afirma a respeito da doutrina de Jesus Cristo, que enfatiza a internalização da Lei do Amor de Deus, em detrimento de um amplo sistema que havia pervertido a Torah em puro legalismo. A Nova Aliança de Jeremias e a Aliança da Graça, o Novo Testamento de Jesus Cristo, descrevem, portanto, a mesma realidade.

Os judeus não compreendem desta forma, porque atualmente seu entendimento das escrituras é inteiramente dependente de uma obra tardia e revisionista, chamada Talmud (Tradição), que em muitos casos subverte e distorce o que a própria Torah ensina. Mais uma profecia de Jeremias sendo cumprida:

"(JR 2:13) - Porque o meu povo fez duas maldades: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm águas."

O Manancial de águas vivas é a Tanakh, a Torah pura, da forma como ela é. Os próprios judeus concordariam com isso, já que D-us, segundo o ensino rabínico, não "está" na Torah, ele "é" a própria Torah. Portanto, será preciso dizer o que seriam as "cisternas rotas" de Jeremias?

Sem se alimentar da Tanakh pura e simples, fica difícil aceitar que a Nova Aliança é uma realidade.

quarta-feira, 12 de março de 2008

Os novos "pecados" do Papa... Será mesmo?


Bispo ligado ao papa Ratzinger imagina novos pecados "sociais", numa clara concessão ao esquerdismo católico. Há base bíblica para isso?

O papa Bento XVI divulgou uma lista de novos pecados. Quer dizer, mais ou menos isso. Na verdade, a lista de 13 pecados, com os sete antigos pecados capitais e cinco novos pecados "sociais", foi estruturada pela mídia após uma entrevista do bispo Dom Gianfranco Girotti, bispo regente do Tribunal da Penitenciária Apostólica. Meu sempre bem informado irmão Carlos André Moreira, da Zero Hora, corrige a falsa informação que circula pelo mundo todo. A entrevista de Giroti ao L'Osservattore Romano, órgão noticioso da Santa Sé, elenca uma série de pecados do mundo globalizado, sem intenção de estipular nova regra de fé. Dessa vez eu caí nessa.
Pois bem, ainda que as declarações de Girotti não tenham o pseo de uma Constituição Apostólica, trata-se das opiniões de um príncipe da Igreja, ocupando posto estreitamente vinculado à Magistratura Católica, e por isso mesmo, tal declaração está prenha de implicações teológicas, espirituais e, sobretudo, políticas, o que justifica uma análise. Mesmo que eu pertença ao universo protestante de uma forma geral, e pentecostal em âmbito específico, me interesso pelo assunto, nem que seja por motivos sociológicos. Os elementos de que disponho são os da Teologia, da Exegese Bíblica e da Análise Política.
Primeiramente, cumpre dizer que os conceitos de “pecado capital” e “pecado venial” pertencem exclusivamente ao universo católico, não somente romano, mas também grego, russo, armênio, siríaco e ortodoxo. Para o mundo protestante, este conceito é estranho, já que a Bíblia, única autoridade legislativa em questões de fé reconhecida pelo universo protestante, não estabelece distinção entre pecado grande e pecado pequeno. Roubar um clipe de papel de uma mesa de escritório, ou roubar um milhão de reais, constitui, de certa forma, o mesmo erro. E a tendência de catalogar, sistematizar pecados, tão própria do cristianismo ocidental, deixa escapar o fato de que o pecado é um estado de separação entre homem e Deus, é uma atitude, ou melhor dizendo, uma disposição mental para agir contra os princípios do Criador. Mas reconheço que, do ponto de vista educacional, a listinha de sete itens cumpriu, ao longo dos séculos, uma função pedagógica para a cristandade.
A lista romana que sempre incluiu Gula, Luxúria, Avareza, Ira, Soberba, Vaidade e Preguiça, é diferente e menor do que a lista de pecados que o apóstolo Paulo elencou na Carta aos Gálatas: “adultério, prostituição, impureza, lascívia, Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas (Gl 5:20-21)”. A última expressão de Paulo demonstra que se tratava de uma lista aberta, sujeita à inclusão de outros comportamentos que pudessem ser considerados, futuramente, ofensivos à vontade de Deus. Como acessar sites de conteúdo duvidoso na internet, por exemplo.
No entanto, a motivação com que alguns “pecados” foram elencados na tal entrevista não deixa de ser interessante. Vejamos, na nova lista, alguns dos pecados:

1) – Fazer modificação genética: O alvo desta nova sentença, sem dúvida, são as pesquisas com células-tronco embrionárias. Em que pese a defesa da vida que esta proposta apresenta, obstaculizar a ciência pode implicar no fim de avanços importantes, como a produção de alimentos sem agrotóxicos proporcionada pelos transgênicos. E de mais a mais, a própria Bíblia descreve a adoção dos gentios como Povo de Deus como uma modificação genética em uma planta, prática já conhecida na época. “E se alguns dos ramos (judeus descrentes) foram quebrados, e tu, sendo zambujeiro,(gentio) foste enxertado em lugar deles, e feito participante da raiz e da seiva da oliveira (Israel, o povo escolhido) Não te glories contra os ramos; e, se contra eles te gloriares, não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz a ti. (Rm 11:17-18)”.
2) – Poluir o Meio Ambiente: De fato, não é um pecado novo, mas já havia sido descrito pelo próprio Deus, quando colocou Adão no Jardim do Éden como um guardião, um cultivador. No entanto, a Bíblia se afasta claramente da postura radical de vegetarianos e ongueiros de toda espécie, ao defender um uso racional de toda a natureza.
3) Causar Injustiça Social: Diversos profetas bíblicos sempre condenaram a exploração praticada contra o povo de sua época. Amós, de longe, é o mais contundente. No entanto, a inclusão deste novo item na lista de pecados romanos parece mais uma concessão aos defensores da Teologia da Libertação, com mais jeito de acomodação política entre correntes da própria igreja do que verdadeira preocupação pastoral com as almas.
4) Causas pobreza: Parece mais uma repetição do pecado anterior. Embora a intenção pareça inocente, tal condenação parte de uma visão simplória da realidade econômica, a partir da ótica distorcida do “Politicamente correto”. Será que esta citação abrange também a possibilidade de o “culpado” de sua pobreza, às vezes, ser o próprio pobre? Ou parte daquela premissa que entende somente o rico como culpado de todas as mazelas do mundo?
5) Tornar-se extremamente rico: Essa doeu. A cúpula do Vaticano não lê mais a Bíblia? O que eles teriam a dizer da forma como Abraão, Isaque, Jacó enriqueciam, acumulavam mais e mais gado, e sempre creditavam isso à bênção de Deus sobre suas vidas? Se levarmos a sério a nova bula papal, Deus abençoou os patriarcas bíblicos tornando-os pecadores. Já no Novo Testamento, o apóstolo Paulo recomendava a seu aluno Timóteo: “Manda aos ricos deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que abundantemente nos dá todas as coisas para delas gozarmos; (I Tm 6:17)”. Sim, você leu isso mesmo: abundantemente. Se ser extremamente rico é pecado, como fica a cúpula do Vaticano? Esta coisa de demonizar o lucro e a prosperidade é uma concessão à consciência culpada da Europa, onde o cristianismo definha em favor de um vago “pluralismo” que tem, na verdade, um pensamento único, que trata causas de esquerda como senso comum, como verdades universais.
6) Usar drogas – Com essa eu concordo. E recomendo mais: mantenham-se distantes de entrevistas como esta, que produzem mais confusão do que solução.

Letícia Sabatella e a doce utopia do atraso


Já faz algum tempo que li, nas minhas incursões quase diárias pela maior revistaria da minha cidade, uma entrevista nas páginas amarelas da Revista Isto É. Como cliente antigo, meu péssimo de folhear as revistas acaba sendo tolerado pelos donos da revistaria. A entrevista a que me refiro foi com a atriz Letícia Sabatella, que ultimamente tem se tornado mais célebre por emprestar a belíssima imagem para causas de esquerda. Não por acaso, Letícia Sabatella é hoje a mais séria candidata a musa das esquerdas brasileiras, posto que já foi de Marieta Severo, no tempo em que era casada com Chico Buarque. Camila Pitanga, na década de 90, envergou também o título. Mas de todas estas celebridades, Sabatella é, disparado, a que tem sido tratada com mais mimo pela mídia. Quanto mais radical a esquerdopatia de uma celebridade, mais paparicada ela é.
Na entrevista, a valente narrava um pouco de sua recente militância contra a transposição do Rio São Francisco, vestindo (literalmente) a camiseta do frei que fez greve de fome. Por conta do episódio, protagonizou um bate-boca com o ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, que não percebeu que, contra uma celebridade popular, sempre sairia perdendo. Logo ele, casado com Patrícia Pillar. Mas até aí, tudo bem. Cada um tem o direito de lutar pelas causas que acha justo, e o direito de ser enganado é inalienável.
O trecho da entrevista que simplesmente me impressionou foi quando a repórter, embevecida pela aura quase messiânica da atriz-militante, indagou sobre a postura adotada há diversos anos, de não aceitar participação em comerciais. Aproveitando a deixa, a bela discorreu sobre a “coerência” de sua decisão, pois não poderia emprestar seu trabalho para publicidade pura e simples, pois publicidade é venda, e venda gera lucro, e lucro...bem, vocês sabem. O lucro é o mal, a grande praga da humanidade, o próprio satã em notas verdes. Ou azuis, se o salário da atriz vier em notas de cem.
Não, meu prezado leitor, você não entendeu mal. Não se trata de se recusar a fazer comerciais de cerveja, cigarros, ou qualquer coisa do gênero. A atriz não aceita fazer NENHUM comercial, nem de sabonete. Para ela, como para todos os pterodáctilos do esquerdismo brasileiro, o comércio, que simplesmente construiu a trajetória da civilização, é um mal. A bela atriz global simplesmente não aceita a hipótese da existência de empresários honestos, que vendam seus produtos por acreditar na nobreza de sua profissão. Para ela, TODO empresário é um assassino em potencial, simplesmente por que sua atividade gera... lucro!
E o pior é que este tipo de postura é saudada como gesto de coerência, como se a simples sinceridade com que se crê em algo possa ser tomada como verdade absoluta. Lamento se a atriz é coerente com o que acredita, pois o que ela acredita é simplesmente detestável. A destruição completa do capital serve a quem? Aos capitalistas do capital alheio que hoje grassam pela República? Sabatella não empresta seu rosto para a venda de um sabonete ou de um jogo de talheres, mas veste a camiseta do MST, uma organização que mata, que invade propriedades e destrói laboratórios de pesquisa.
Sabatella não está sozinha na insanidade. Na campanha eleitoral de 2006, Heloísa Helena, candidata do P-Sol à presidência, encheu a boca com orgulho para afirmar que sua campanha não aceitaria doações de empresários. No mesmo ano, partidos do seu campo ideológico foram investigados sob a suspeita de receber doações das Farc. Mas aí pode, não é?
Olívio Dutra, ainda no governo do Rio Grande do Sul, ao se empolgar em um jantar da Fiergs, regado a bom vinho e outros luxos que esquerdistas apreciam muito, lascou que jamais seria empresário, pois não se sentiria bem com sua consciência administrando uma empresa que desse lucro. Mas pelo visto, sua consciência não ficou nem um pouco abalada em administrar um Estado que deu prejuízo.
Eis a verdadeira natureza de uma parcela do espectro político nacional que, apenas por cálculo e tática, finge uma convivência pacífica com o capital e com o Estado de Direito. O mundo ideal dessa gente continua sendo o sonho de Russeau e Franz Fanon: a ilusão bucólica e regressista do retorno às cavernas.
Que pena...

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Jovens: Vencendo a "Cultura de Morte"



Eu vos escrevi, jovens, porque sois fortes, e a palavra de Deus está em vós, e já vencestes o maligno. (1ª Epístola de João, 2:14b)

Um garoto de 16 anos, na cidade de Porto Alegre, vivia escondendo dos pais a tristeza e a depressão que consumiam sua vida. Passou a participar de uma comunidade virtual na Internet, chamada “suicídio.com”, onde discutia com outros jovens as formas mais eficazes para cometer suicídio. Segundo o que aprendeu com outros jovens igualmente depressivos, acabou se suicidando com infusão de monóxido de carbono.
Um jovem de 20 anos foi morto com um tiro na cidade de São Gabriel, também no Rio Grande do Sul, às 4 horas da manhã. O rapaz fazia parte de um grupo de jovens que tinha por hábito usar roupas pretas, tomar cerveja e entoar canções de apelo emocional profundamente depressivo.
Estes dois exemplos ocorridos no Rio Grande do Sul, no mês de fevereiro de 2008, revelam uma “verdade inconveniente” que a sociedade e a mídia preferem ignorar, esconder debaixo do tapete: nossos jovens estão morrendo, vítimas de uma cultura e de um estilo de vida que incentiva a depressão, o amor à morte, uma verdadeira cilada demoníaca que têm destruído centenas de vidas na flor da idade.
A Palavra de Deus, de forma muito profunda, define que a natureza verdadeira do jovem é a alegria. O apóstolo João, ao dizer “eu vos escrevi jovens, porque sois fortes”, usou uma expressão que, no radical hebraico, significa alegria. E se a maior característica do jovem é a força, o sacerdote hebreu Neemias complementa, ressaltando que “a alegria do Senhor é a nossa força (Ne 8:10). Ou seja, a verdadeira essência do jovem, segundo a vontade de Deus, é uma alegria que provém do Senhor. Igrejas repletas de jovens são sempre igrejas alegres. Igrejas onde faltam jovens, são, de alguma forma, igrejas tristes.
No entanto, o jovem sem Jesus desconhece esta alegria profunda e verdadeira, e este vazio no seu coração, muitas vezes, tem sido ocupado por mensagens de auto-destruição, de verdadeiro culto à tristeza. Meninos pelas madrugadas bebendo e cantarolando a morte. Meninas oprimidas pelo culto à beleza, desenvolvem anorexia e outras doenças decorrentes da depressão.
A verdadeira alegria que o jovem pode adquirir provém de Jesus. A Bíblia e a História estão cheias de relatos de jovens que, movidos pela alegria de Deus em seus corações, transformaram o mundo em um lugar melhor.
Josué e Calebe, dois jovens, foram os únicos dentre os doze espias de Israel que acreditaram que Deus os daria a Terra Prometida. Por conta disso, Josué foi escolhido para conduzir o povo na vitória em Jericó, e Calebe recebeu sua possessão por herança.
Daniel e seus três jovens amigos, Sidrac, Misac e Abed-Nego, recusaram-se com firmeza servir a outros deuses. Daniel foi salvo da boca dos leões e seus três amigos sobreviveram a uma fornalha de fogo ardente.
Davi, um jovem excluído pela própria família, foi ungido Rei, venceu um gigante fariseu apenas com sua fé e se tornou alguém tão precioso perante Deus que o próprio Senhor declara que ele foi “um homem segundo o meu coração”.
E por fim, o maior de todos os exemplos: Jesus, um jovem galileu que pregou a mensagem da redenção, foi crucificado com apenas 33 anos e conquistou a vitória absoluta sobre a morte, demonstrando que outros jovens, seguindo seu exemplo, não precisam mais se deixar vencer pela depressão ou pelo desejo de suicídio. Cristo já venceu o poder do pecado e da morte, e pode nos conduzir nesta direção. Basta que o aceitemos em nosso coração.
Seja forte, Jovem Valente! Deus será contigo!

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

"Um Outro Mundo é Possível"...Sem Fidel!


Acompanhei, com profundo interesse, a forma como a “grande” imprensa, nacional e internacional, faria a análise da renúncia de Fidel Castro da condição de presidente e comandante das Forças Armadas de Cuba. O que se viu, infelizmente, foi um espetáculo deprimente de textos onde valia tudo para parecer isento, inclusive falsear a verdade. Tentando se equilibrar entre as atrocidades do regime cubano e a visão edulcorada com que alguns jornalistas brasileiros pintaram o castrismo ao longo das últimas cinco décadas, muitos trataram Castro como “um grande estadista”, numa linguagem que, de tão apaixonada, poderia sair no Granma, órgão oficial do Partido Comunista Cubano. Os mais críticos, limitaram-se a tratar o ditador cubano como uma figura “ambígua”. Isso equivale a dizer: “Tudo bem, o cara era ditador e tal, mas pelo menos melhorou os indicadores sociais da ilha, como Educação e Saúde.
Esta é uma frase que, após tantas décadas sendo repetida, ganhou status de verdade inquestionável. Entretanto, trata-se de uma mentira tão goebbelsiana quanto as piores mistificações produzidas pelo Ministério da Propaganda de Adolph Hitler.
Conforme nos revela o livro francês “La Lune et le Caudillo”, de Jeannine Verdes-Leroux, em 1952, plena vigência do regime de Fulgêncio Batista, Cuba tinha o terceiro PIB per capita da América Latina. Em 1982, estava em 15º lugar, à frente apenas de Nicarágua, El Salvador, Bolívia e Haiti. O livro-reportagem também revela que em 1958, a taxa de analfabetismo em Cuba era de 22%, contra 44% da população mundial. Naquele ano, Fidel chegaria ao poder afirmando que 50% da população da ilha era analfabeta. Mentira.
Mesmo tendo tomado o poder em uma revolução que contava com o apoio de políticos liberais e democratas, já no ano seguinte nenhum deles estava no governo. Nenhum governante mundial foi tão habilidoso a praticar o extermínio e a perseguição em massa a dissidentes ideológicos dentro de suas próprias fileiras. Somente nos anos 60, o regime fuzilou entre 7 e 10 mil pessoas.
O regime de Castro foi especialmente cruel com os cristãos, especialmente os evangélicos e pentecostais. Segundo o portal virtual da Missão Portas Abertas, em dezembro do ano passado, uma vigília de oração em nome de todos os prosioneiros políticos cubanos, realizada em um bairro pobre de Havana, foi violentamente interrompida pela força policial. Mulheres e crianças que participavam do culto foram agredidas pelos agentes, e a mobília e os pertences pessoais de um defensor dos direitos humanos, Juan Bermúdez Toranzo, foram completamente destruídos. O pastor Yordis Ferrer, líder da congregação pentecostal, acabou detido ao tentar ajudar sua esposa, que estava sendo espancada pelos guardas.
É este fascínora, assassino, a quem alguns parasitas do jornalismo e da intelectualidade brasileira tentam, a todo custo, preparar um lugar digno na história, em nome de uma utopia regressista que produziu cadáveres em série ao longo da história. No que depender de quem efetivamente conhece a verdade, este lugar já está destinado: a lata do lixo. Talvez agora, sem Fidel, um “Outro Mundo” seja possível.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Eleições nos EUA


McCain, Obama e Hillary: Porque eu não escolho o do meio.

A imprensa brasileira é mesmo engraçada. A imensa maioria de seus profissionais, que fecha sem questionamento com as utopias regressistas da esquerda e aplaude qualquer intelectual de botequim que critica o “imperialismo norte-americano”, é a mesma turma que não desgruda o olho do noticiário para saber quem vai ser o futuro presidente dos Estados Unidos. Como dóceis jornalistas da colônia, interessam-se mesmo é pela eleição que conta, ou seja, a que vai escolher quem realmente manda. Faz sentido. Para que perder tempo com o sucessor de Lula, se é com o escolhido deste novo pleito americano que serão feitos os ajustes que realmente contam?
Particularmente, como um dócil colonizado, já tenho o “meu” candidato. E, como era de se esperar, ele está perdendo de lavada na eleição da opinião pública. Adivinhou: não, não votaria em Barack Obama nem por um “green card”.
Obama, como não poderia deixar de ser, é o queridinho da mídia neste momento. Todos os comentaristas de política da cena brasileira e americana, sem exceção, estão encantados com a verve do doutor de Harvard, que insinua que a sua própria eleição, por si só, já seria, por assim dizer, um acontecimento. Quando questionado sobre sua absoluta inexperiência para governar, e o medo que sua inabilidade causa naqueles que sabem que política não é apenas vontade, limitou-se a dizer: “A Esperança vai vencer o medo”. Ai ai ai, já vi esse filme...
Sim, é isso mesmo: Obama, talvez até sem se dar conta, segue as pegadas de Lula, o homem que protagonizou o maior estelionato eleitoral da história do sistema republicano. A mística da minoria é sempre um apelo sedutor, e Obama sabe disso. Assim como Lula galvanizou o país por duas vezes com a idéia traiçoeira de que a eleição de um “presidente-operário” era a única forma de legitimar a democracia, Obama também faz de sua condição social uma espécie de chantagem. Significa mais ou menos o seguinte: Eleger Obama é o máximo porque Obama é negro e descendente de islâmicos, e se os americanos negarem isso, significa que a democracia americana não funciona. Trata-se, portanto, de uma chantagem política que não admite contestação. Por isso, não simpatizo com Obama, como não simpatizo com embusteiros.
O “meu” candidato nesta disputa, exatamente como na eleição presidencial de 2006 no Brasil, foi escolhido por exclusão. Naquela eleição, eu preferia o Serra, mas num esforço imenso para conseguir perder a eleição, o meu partido escolheu Alckmin. Eu preferia o pastor Hukabbe, que desistiu, assim como o ex-prefeito de Nova York, Rudolph Giuliani, o homem que desmistificou os equívocos da esquerda na segurança pública com sua política de “Tolerância Zero” para o crime. McCain, o republicano que restou, pelo menos não se verga ao discurso do parasitismo, e para nós, brasileiros, um republicano é sempre mais negócio, embora a opinião pública brasileira seja sempre mais simpática aos democratas, sempre favoráveis a barreiras contra nossos produtos.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Multiculturalismo? Tô fora!


Charge americana, brincando com as falácias do senso comum do "politically correct"

Uma das catilinárias que tem dado mais espaço e ênfase para o absurdo com ares acadêmicos, é o blá-blá-blá do multiculturalismo.

Essa mistificação violenta de que todas as culturas ao redor do mundo são equivalentes, é uma empulhação sociológica, uma pseudo-ciência, um embuste.

Como dizer que a cultura judaica é, por exemplo, igual às culturas tribais que extirpam o clitóris de suas mulheres?

Como sugerir que a cultura ocidental seja moralmente igual à de tribos indígenas que matam seus bebês quando nascem com alguma deformidade?

Nenhum antropólogo ou pseudo-humanista vai me convencer jamais que uma cultura que mata bebês indígenas é igual à civilização cristã. NÃO É.

Ninguém jamais vai me convencer que uma cultura que extirpa o hímem das mulheres é equivalente à cultura cristã. NÃO É.

Creio que, acima da pluralidade cultural, está a Vida.

É por isso que sou a favor dos missionários da Jocum que retiraram da selva uma criança indígena que iria ser morta em um ritual de sua tribo por ter nascido defeituosa.

Na época, antropólogos, sociólogos e toda essa gente politicamente correta "caiu de pau" em cima dos missionários, queriam tirar eles de lá, o escambau. Até a Televisão pautou sua cobertura nas opiniões dessa turma do multiculturalismo.

Por que será que essa gente não foi visitar a criança, que hoje, dois anos depois, vive em São Paulo, fez tratamento na AACD e hoje é uma vida preservada?

A sociologia e a antropologia "politicamente corretas", dominadas até o âmago por ideologias regressistas de esquerda, querem que todo o conjunto da sociedade conceda status de igualdade cultural a tribos que matam bebês. E querem fazê-lo através de excrescências como a lei de cotas, legislação específica para minorias e outras cositas.

Esquecem-se estes senhores que a Constituição já garante status de igualdade civil a todos os brasileiros, quando reitera, no artigo quinto, que todos os homens são iguais perante a lei. No entanto, de 88 pra cá, o Brasil tem aprovado excrescências jurídicas sob o condão de "leis de proteção das minorias".

Collor, sob pressão do Congresso, criou até uma reserva gigantesca com o nome de "Nação Ianomâmi", um absurdo institucional, uma nação dentro de uma nação. Brasileiro, pra entrar lá, só se for "antropólogo" ou tiver carteirinha de ONG vinculada ao PT.

Mesmo exemplo se deve dizer do famigerado Estatuto da Igualdade Racial, proposto pelo senador Paulo Paim (que, pra vergonha minha, é gaúcho). A igualdade de raça já é assegurada pela Constituição. O que Paim reivindica são privilégios legais para a raça negra, o que é a instituição formal da desigualdade.

Para justificar o injustificável, especialistas da área costumam dizer que o multiculturalismo opõe-se ao que ele julga ser uma forma de etnocentrismo (visão de mundo da sociedade branca dominante que se toma por mais importante que as demais).

Esta é apenas uma esperteza marxista. O que verdadeiramente se pretende com estes protecionismos a minorias, é a depreciação da cultura ocidental. Mas esse tipo de aberração passa batido no Congresso, sob o aplauso de ongs, conselhos e todo tipo de lobby organizado pelos tais "movimentos populares". A Universidade de Brasília montou até um comitê pra "selecionar" os candidatos pelas fotos. Um comitê decide quem é branco e quem é negro. Nem Hitler chegou a esse grau de absurdo... E pelo visto, o próximo passo é o PL 122/2006, que sob o pretexto de punir a "Homofobia", vai na verdade criminalizar a liberdade de manifestação de organizações religiosas.