sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Sobre padres, rabinos, pastores e escândalos: a parcialidade da mídia


Eu sei que provavelmente serei criticado por trazer um assunto que, à primeira vista, não parece ter relação factual com o objetivo de nossa comunidade. Entretanto, creio que este tema traz à luz um debate que interessa a cristãos e judeus em qualque tempo, lugar e época: o tratamento da mídia e os interesses político-econômicos que tangenciam as abordagens sobre situações que envolvam religiosos.

1 - O noticiário comentou, com certo constrangimento, o envolvimento do Padre Júlio Lancelloti em uma suposta chantagem que estaria sofrendo de um jovem que pretendia acusá-lo por abuso sexual. Interessante observar que o fato de o padre Júlio ter cedido por diversos anos à chantagem com presentes bastante caros, parece não chamar a atenção da mídia. Nunca falta um comentarista de jornal para lembrar que ele, pelo seu "belo"(!) trabalho à frente da "Pastoral do Povo de Rua (!!!)" merece um grande respeito.

Há algum tempo atrás, o rabino Henry Sobel foi preso por furtar gravatas em uma loja nos Estados Unidos. Tendo alegado confusão mental, a imprensa rapidamente tratou de tirar-lhe do foco. Ah, não faltaram reportagens exaltando a robusta biografia social do líder da Confederação Israelita Paulista.

Há alguns anos, missionários da JOCUM (Jovens com Uma Missão, organização missionária evangélica) foram massacrados pela mídia por trazer para a cidade um menino que seria sacrificado em um ritual indígena. Sociólogos caíram de pau em cima do "vergonhoso proselitismo evangélico" e defenderam o "relativismo cultural". Saiu até no Fantástico. Um detalhe: nunca os missionários foram procurados pra dar sua versão.

Os três fatos tem em comum apenas a coincidência de envolver religiosos em escândalos, e parou por aí. Porque o tratamento da mídia foi tão condescendente com os dois primeiros casos e tão severa com o último, embora mais antigo, incidente?

Respondo: Porque interessa aos jornalistas que cobriram seus casos, proteger ao padre Júlio Lancelotti e ao rabino.

Não porque sejam pró-católicos ou pró-judeus...muito pelo contrário.

Ambos estão sendo preservados por jornalistas que simpatizam com seus posicionamentos políticos de esquerda.

O Padre Lancelotti é um conhecido agitador, que criou uma certa "Pastoral do Povo da Rua" e recentemente condenava a prefeitura de São Paulo (o prefeito era José Serra) por construir rampas abaixo dos túneis dos metrôs, impedindo a permanência de mendigos. Lancelloti ficou muito irritado com a sugestão de que os mendigos devem ser atendidos nos albergues, e não permanecer nas ruas. O Padre, que literalmente privatizou os mendigos para sua pantomima política, conseguiu convencer parte da mídia de que tirar dos mendigos o "direito" de ficar nas ruas e "obrigá-los" a ser bem atendidos nos albergues era desumano.

Porque este cidadão, não faz cristianismo nem catolicismo: sua verdadeira religião é o petismo.
E o rabino também vive sendo incensado por certa patrulha da esquerda.

E, antes que se diga...é evidente que não há comparação entre pedofilia e furto de gravatas. Se quer saber, acho mesmo que o rabino tem razão. O que incomoda, profundamente, é que, se no lugar dele, fosse um pastor que tivesse feito isso, jamais lhe teria sido dada a presunção de inocência.

Estou errado em pensar assim? Ou estou vendo coisas, e os profissionais de Jornalismo, fabricados em universidades filomarxistas, fazem uma mídia justa?

Mitos do anticristianismo judaico: a Verdade Inconveniente

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Que me perdoe o senhor Al Gore e os direitos autorais de seu filminho filo-esquerdista de ficção sobre o aquecimento global, mas não achei título que fosse mais adequado para este texto, depois de meses afastado do blog.

A argumentação da apologética anticristã judaica em qualquer espaço de debate teológico, sempre se dá em torno de alguns chavões que, por desconhecimento, acabam prevalecendo como verdades incontestáveis. Vejamos até onde existe consistência nas imputações da religião que adora chamar de "farsa" alguns dos mais caros pressupostos da Teologia cristã.

1 - O Judaísmo contemporâneo tem mais autoridade do que o Cristianismo porque tem uma relação de continuidade com o Judaísmo do tempo de Jesus.
Todo judeu adora pensar assim, mas infelizmente esta afirmação pertence mais ao terreno do mito do que do fato. Os primeiros textos que dão embasamento ao Judaísmo normativo atual, são muito posteriores às cartas de Paulo, os mais antigos textos do Novo Testamento. Numa só palavra, podemos dizer claramente que Paulo precede a Akiva.

2 - Temos mais autoridade para falar da Tanak do que os cristãos, pois nossas interpretações são historicamente corretas.
A antiguidade dos textos paulinos desconstrói toda a pretensa legitimidade das interpretações talmúdicas sobre a Tanak, sempre consideradas mais autorizadas do que as interpretações cristãs provenientes do Novo Testamento. Na verdade, isto demonstra que o Judaísmo atual não tem continuidade em relação ao judaísmo entre a dinastia dos Macabeus e a destruição do Segundo Templo.

3 - O Ensino da Trindade é uma aberração sem base judaica.
Todo judeu ortodoxo evita mencionar a conhecida história do rabino Elisha ben Abuyah, que foi arrebatado aos céus e teve a visão do trono de Deus e, a seu lado, uma segunda pessoa, à sua direita. A tradição cabalística diz que este seria Enoch, transformado no anjo Metatron. No entanto, quem pode garantir que não se trata de Jesus?