quinta-feira, 3 de julho de 2008

E você, sabe perdoar?



“Ao Senhor pertence a misericórdia e o perdão”. Daniel 9:9

Quando um filho de carpinteiro chamado Jesus de Nazaré surgiu no cenário das areias da Palestina pregando o Evangelho, rapidamente as pessoas perceberam que a mensagem do jovem pregador era diferente de todos os outros que, antes e depois dele, apareceram naquele conturbado território. Havia uma frase que o Messias Prometido repetia sem cessar, e que fazia brilhar os olhos das platéias que o ouviam na beira da praia ou nas montanhas: “Arrependei-vos”.
O convite de Jesus, em outras palavras, sugeria aos ouvintes: “mudem de vida”. E ao lançar esta mensagem, também semeava uma esperança. Ouvidos acostumados a mensagens que falavam de um Deus rigoroso, vingador, pronto para punir com a Espada quem ousasse desafiar sua Santidade, ao ouvir as palavras de Jesus, foram apresentados a um Deus de Misericórdia. Rigoroso, sim, mas que está pronto a receber em seus braços aqueles que, sinceramente, mudam o curso de suas vidas. Através de Jesus, as pessoas passaram a experimentar a esperança de um Deus que não os rejeitaria pelos seus muitos pecados, se eles de fato se voltassem para Ele. Esta esperança reavivava a mensagem esquecida de antigos profetas bíblicos: “Tornai-vos para mim, diz o Senhor dos Exércitos, e eu me tornarei para vós, diz o Senhor dos Exércitos (Zacarias 1:3)”. “Vinde então, e argüi-me, diz o Senhor: ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã (Isaías 1:18)”.
No entanto, será que nós somos como este Deus? Será que sabemos perdoar da mesma forma como Ele é capaz de esquecer nossa natureza pecaminosa? Alguns nem sequer admitem a noção de pecado, quanto mais de arrependimento. Pecado, segundo a Bíblia, é tudo aquilo que não provém da fé. Gosto da ilustração de um antigo pregador, que diz que o homem em pecado é como uma maçã bichada: por fora, nada se perde do seu brilho, nem mesmo da sua cor. A podridão só existe por dentro, e é ali que um verme corrói as entranhas da alma, pois o pecado possui, em si mesmo, uma punição inata: a sensação de tristeza profunda por desobedecer a vontade de Deus para nós, que é infinitamente superior á vontade humana.
Se não sabemos perdoar, dificilmente podemos requerer o favor de Deus. Jesus foi bastante claro na oração do Pai Nosso: “Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores (Mateus 6:12)”. Ou seja, o perdão de Deus está condicionado à nossa própria capacidade de perdoar. Se guardarmos rancor, Deus não ouvirá nem mesmo nossas orações.
Tenho visto pessoas que sofrem anos a fio por causa de uma mágoa contra alguém, e que mesmo sabendo seu erro, recusam-se a dar o braço a torcer. Alguns até mesmo dizem: “Não consigo ainda sentir o desejo de perdoar”. Ao longo de minha ainda jovem caminhada cristã, tenho aprendido que o perdão não é um sentimento, e sim uma atitude, uma decisão. Você tem que decidir perdoar, e o resto Deus realiza.
Perdoe e peça perdão. Quantas vezes for necessário. Assim estará agindo verdadeiramente como alguém criado à “imagem e semelhança de Deus (Gênesis 1:26)”.
Deus te abençoe rica e abundantemente.