quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

"Um Outro Mundo é Possível"...Sem Fidel!


Acompanhei, com profundo interesse, a forma como a “grande” imprensa, nacional e internacional, faria a análise da renúncia de Fidel Castro da condição de presidente e comandante das Forças Armadas de Cuba. O que se viu, infelizmente, foi um espetáculo deprimente de textos onde valia tudo para parecer isento, inclusive falsear a verdade. Tentando se equilibrar entre as atrocidades do regime cubano e a visão edulcorada com que alguns jornalistas brasileiros pintaram o castrismo ao longo das últimas cinco décadas, muitos trataram Castro como “um grande estadista”, numa linguagem que, de tão apaixonada, poderia sair no Granma, órgão oficial do Partido Comunista Cubano. Os mais críticos, limitaram-se a tratar o ditador cubano como uma figura “ambígua”. Isso equivale a dizer: “Tudo bem, o cara era ditador e tal, mas pelo menos melhorou os indicadores sociais da ilha, como Educação e Saúde.
Esta é uma frase que, após tantas décadas sendo repetida, ganhou status de verdade inquestionável. Entretanto, trata-se de uma mentira tão goebbelsiana quanto as piores mistificações produzidas pelo Ministério da Propaganda de Adolph Hitler.
Conforme nos revela o livro francês “La Lune et le Caudillo”, de Jeannine Verdes-Leroux, em 1952, plena vigência do regime de Fulgêncio Batista, Cuba tinha o terceiro PIB per capita da América Latina. Em 1982, estava em 15º lugar, à frente apenas de Nicarágua, El Salvador, Bolívia e Haiti. O livro-reportagem também revela que em 1958, a taxa de analfabetismo em Cuba era de 22%, contra 44% da população mundial. Naquele ano, Fidel chegaria ao poder afirmando que 50% da população da ilha era analfabeta. Mentira.
Mesmo tendo tomado o poder em uma revolução que contava com o apoio de políticos liberais e democratas, já no ano seguinte nenhum deles estava no governo. Nenhum governante mundial foi tão habilidoso a praticar o extermínio e a perseguição em massa a dissidentes ideológicos dentro de suas próprias fileiras. Somente nos anos 60, o regime fuzilou entre 7 e 10 mil pessoas.
O regime de Castro foi especialmente cruel com os cristãos, especialmente os evangélicos e pentecostais. Segundo o portal virtual da Missão Portas Abertas, em dezembro do ano passado, uma vigília de oração em nome de todos os prosioneiros políticos cubanos, realizada em um bairro pobre de Havana, foi violentamente interrompida pela força policial. Mulheres e crianças que participavam do culto foram agredidas pelos agentes, e a mobília e os pertences pessoais de um defensor dos direitos humanos, Juan Bermúdez Toranzo, foram completamente destruídos. O pastor Yordis Ferrer, líder da congregação pentecostal, acabou detido ao tentar ajudar sua esposa, que estava sendo espancada pelos guardas.
É este fascínora, assassino, a quem alguns parasitas do jornalismo e da intelectualidade brasileira tentam, a todo custo, preparar um lugar digno na história, em nome de uma utopia regressista que produziu cadáveres em série ao longo da história. No que depender de quem efetivamente conhece a verdade, este lugar já está destinado: a lata do lixo. Talvez agora, sem Fidel, um “Outro Mundo” seja possível.

2 comentários:

Johnny M. disse...

Nunca fui fã de Fidel, mas um critico, porém o seu texto não cita que antes da revolução Cuba era um balneário das grandes famílias mafiosas dos EUA, e elas eram o verdadeiro governo da ilha. E apesar de todos os erros, há que se louvar, sim, o fato de Cuba ter um sistema de saúde anos luz a frente do nosso, educação idem e no esporte então...

Carlos André disse...

Não cita nem vai citar.

O centro do texto - e a explicação para a posição tão exacerbada do preclaro blogueiro vem aqui:

"O regime de Castro foi especialmente cruel com os cristãos, especialmente os evangélicos e pentecostais."

Ah, tá.