terça-feira, 3 de julho de 2007

Bebendo das águas de Deus...


“Os aflitos e necessitados buscam águas, e não há, e a sua língua se seca de sede; eu o Senhor os ouvirei, eu, o Deus de Israel não os desampararei.Abrirei rios em lugares altos, e fontes no meio dos vales; tornarei o deserto em lagos de águas, e a terra seca em mananciais de água.Plantarei no deserto o cedro, a acácia, e a murta, e a oliveira; porei no ermo juntamente a faia, o pinheiro e o álamo. Para que todos vejam, e saibam, e considerem, e juntamente entendam que a mão do Senhor fez isto, e o Santo de Israel o criou.” (Isaías, 41;17-20)

A mensagem profética trazida por Isaías ao povo de Israel, 700 anos antes do nascimento de Jesus Cristo, nos fala de um tempo de amargura e sequidão para um povo que vivia sob o escárnio da fome, da seca e do abandono. A chuva que não vinha, a plantação que não vingava, a vergonha que não cessava, tornaram-se parte inseparável da vida de um povo quebrantado. O resultado estava expresso na linguagem do profeta: “os aflitos e necessitados buscam águas, e não as há, e sua língua se seca de sede”. Quem já teve a experiência de ficar vários dias sem água sabe o que é sede profunda, como a língua fica grossa, pegajosa.
Embora se esteja falando de uma situação real, o sofrimento do povo a quem Isaías falava hoje nos parece uma perfeita alegoria dos nossos dias. Milhares de pessoas correm de um lado para outro em busca de águas que refresquem o deserto de suas vidas vazias e sem sentido, mas não a encontram. Muitos estão tentando saciar sua sede espiritual com água suja, e achando-se privilegiados por beber água podre em meio ao deserto.
Vivemos nos dias descritos pelo anjo Gabriel ao profeta Daniel, os dias do tempo do Fim: “Muitos correrão de uma parte para outra, e a ciência se multiplicará” (Dn 12;4). De fato, hoje se corre das mais variadas formas. As pessoas correm de carro, de avião, com o celular ao pé do ouvido, através da internet, correm de casa para o trabalho, do trabalho para a casa, e por mais que tentem racionalizar o tempo, nunca possuem tempo. E numa vida vazia de sentido, as pessoas compram sensações. Não se compra mais um bem material, e sim o sentimento de prazer associado a ele. O consumismo desenfreado é mais uma das “cisternas rotas” onde alguns tentam saciar sua sede.
Mas a promessa contida na profecia de Isaías nos fala de um Deus que quer nos dar de beber algo precioso: a água viva (João 7:8). A verdadeira fonte de água limpa, cristalina e pura para nossa sede espiritual, é o próprio Cristo, o Verbo que se fez carne, a Palavra viva de Deus! Apenas a Palavra Sagrada pode nos trazer saciedade plena.
No antigo Tabernáculo de Moisés, havia uma enorme fonte de águas, onde os sacerdotes lavavam as mãos e os pés. Esta enorme fonte, onde qualquer um podia ver sua imagem refletida, representa a Palavra de Deus, onde podemos contemplar a nossa vida como em um espelho. A água que nos purifica, que nos sara.
“Abrirei rios em lugares altos e fontes no meio dos vales”, diz o Senhor. Haverá momentos em que para alcançar as bênçãos de Deus, a vitória que mata nossa sede, precisaremos escalar montanhas, vencer obstáculos, superar problemas. Mas devemos fazer isso confiantes, pois no topo da montanha encontraremos a água mais pura, mais limpa. E para aqueles que estão no vale, que enfrentam a depressão, e que atravessam o “vale escuro da sombra da morte” (Salmo 23;4), Deus garante: não há o que temer. No fundo deste vale, desta depressão tão profunda, haverá o fim de toda a sede!
A vida que gera frutos é a que está sempre regada por água limpa, como nos sugere o Salmo primeiro: “Será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto na estação própria, e cujas folhas não caem, e tudo quanto fizer prosperará”;
Este é o meu desejo a teu respeito.
Que Deus te abençoe abundantemente.

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